Com 70% dos brasileiros já planejando suas compras e milhares de tentativas de fraude registradas em edições anteriores, a segurança digital torna-se parte integrante do sucesso da campanha

De acordo com levantamento recente da Fast Company Brasil, cerca de 70% dos consumidores brasileiros já começaram a se preparar para a Black Friday 2025, e 60% pretendem gastar mais de R$500 nesta edição. Paralelamente, dados históricos mostram que as fraudes são uma ameaça crescente, já que na Black Friday 2024 houve em média 72 novas ameaças de golpes por hora detectadas ao longo de duas semanas de campanha, segundo o portal branddi.com. Já a ClearSale estima que, em 2023, as tentativas de fraude tenham alcançado R$49 milhões, com aumento expressivo de páginas falsas e ataques de phishing no período. Esse panorama exige atenção tanto dos consumidores quanto das empresas, especialmente aquelas que esperam receber elevado volume de tráfego online e precisam garantir que seus ambientes estejam preparados para suportar a demanda e reduzir riscos digitais.
Para os consumidores, o principal cuidado é adotar hábitos de compra mais conscientes e verificados. Mesmo diante da pressão das ofertas, é fundamental conferir o histórico de preços, checar a reputação da loja e confirmar se o site utiliza conexão segura (HTTPS). Segundo levantamento do Reclame Aqui, 63% dos consumidores brasileiros ainda não conseguem identificar golpes feitos com o uso de inteligência artificial, o que torna o cenário ainda mais desafiador. Tecnologias como deepfakes e páginas clonadas estão sendo usadas para enganar compradores com layouts e anúncios idênticos aos originais. “O consumidor precisa encarar a segurança digital como parte da jornada de compra, não basta confiar no desconto, é preciso confirmar o ambiente em que está comprando. Uma simples URL alterada ou um layout muito parecido com o original já basta para enganar um usuário despreparado”, destaca o CEO da Opus Tech, Junior Machado.
Empresas preparadas e seguras
Do lado das empresas, o momento exige planejamento técnico e estratégico, já que a Black Friday é o período de maior tráfego online do ano, e qualquer instabilidade pode comprometer não apenas as vendas, mas também a credibilidade da marca. É essencial que o ambiente digital esteja dimensionado para o volume de acessos e que sejam implementadas medidas robustas de segurança, como autenticação multifator, tokenização de dados de pagamento e monitoramento contínuo contra fraudes. Segundo estudo da Visa, transações tokenizadas têm um nível de fraude até cinco vezes menor. “As empresas que tratam a segurança como custo inevitável, e não como investimento, ficam vulneráveis, na Black Friday, o tráfego extra é uma oportunidade, mas também um alvo. Antecipe-se, teste seu sistema, treine sua equipe e esteja vigilante com domínios e redes que possam se passar pelas suas ofertas”, reforça Machado.
Outro ponto importante é garantir uma experiência de compra fluida, segura e confiável. De acordo com pesquisa da Opinion Box em parceria com o Melhor Envio, 48% dos consumidores desistem de comprar se o frete for alto ou se houver incerteza sobre a entrega. Além disso, 75% das compras da Black Friday são realizadas via smartphone, o que exige atenção redobrada à responsividade dos sites e apps. Nesse contexto, segurança e experiência devem caminhar juntas. “Um checkout claro, com indicadores visíveis de segurança e pós-venda ágil, ajuda a gerar confiança, e confiança reduz fraudes, porque o consumidor verifica a origem e evita domínios suspeitos”, explica o CEO.

Lista de verificação prática para compras e vendas seguras
Para consumidores:
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Verifique o domínio e o certificado de segurança do site (https)
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Prefira canais oficiais de lojas e marketplaces reconhecidos
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Desconfie de promoções exageradas ou enviadas por WhatsApp/SMS
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Monitore extratos bancários e ative notificações de movimentações
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Consulte avaliações e comentários recentes de outros compradores
Para empresas:
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Escalone a infraestrutura para suportar picos de acesso
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Implemente soluções antifraude e autenticação forte
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Monitore anúncios, domínios e perfis falsos que possam se passar pela marca
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Teste o fluxo de checkout e devoluções com antecedência
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Treine equipes de atendimento e suporte para agir rapidamente diante de tentativas de golpe