Atriz destaca nuances da personagem além da identidade de gênero
Gabriela Loran discute a complexidade de Viviane, sua personagem em "Três Graças", e a importância da representação.
Gabriela Loran e o papel transformador de Viviane em “Três Graças”
Gabriela Loran, atriz de 32 anos, está vivendo um momento marcante em sua carreira ao interpretar Viviane na novela “Três Graças”. A personagem, que é uma farmacêutica responsável pela distribuição de remédios aos moradores da Chacrinha, representa uma nova abordagem sobre personagens LGBTQIA+. Gabriela afirma que ser trans não resume o enredo da sua personagem, o que é um avanço significativo nas narrativas da televisão brasileira.
Ao longo da trama, Viviane é apresentada como uma mulher forte, independente e trabalhadora. Gabriela destaca que a condição de Viviane enquanto mulher trans é abordada de maneira leve e orgânica, sem ser o eixo central da narrativa. “A transfobia vai passar pela vida dela porque é isso, né? A gente vive no Brasil, país que mais mata pessoas trans”, comenta a atriz. No entanto, ela ressalta que essa realidade não deve ser o fio de sustentação do enredo, mas sim uma parte de uma narrativa mais ampla e humanizadora.
A conexão entre atriz e personagem
Gabriela revela que se sentiu imediatamente conectada a Viviane desde o primeiro teste. “Quando eu li o roteiro, percebi que era tudo que sempre sonhei. Ela é do jeitinho que eu sempre quis mostrar”, diz. Essa conexão vai além da profissão, pois a personagem é descrita como alguém que cuida dos outros, mas que também precisa de cuidado. Gabriela reflete que essa característica a faz querer explorar mais sobre o que significa cuidar e ser cuidada na trama.
O papel de Viviane não é apenas um reflexo da identidade de gênero, mas uma construção complexa que envolve emoções e experiências. Gabriela enfatiza a importância de trazer emoção para o papel, quebrando barreiras e estereótipos que muitas vezes cercam personagens LGBTQIA+.
Representação e transformação
Gabriela Loran também expressa sua gratidão pela oportunidade de representar uma mulher trans de forma autêntica e rica em nuances. Para ela, “Três Graças” é um divisor de águas tanto em sua carreira quanto na representação de mulheres trans na televisão. “Hoje vejo meu trabalho reconhecido, e isso é muito gratificante. Mostra que as coisas estão mudando”, afirma.
A atriz acredita que a inclusão de personagens como Viviane na TV é essencial para ajudar a mudar o imaginário popular sobre as identidades trans. “A gente costumava ver sempre as mesmas temáticas, e agora, com Viviane, conseguimos mudar esse cenário”, conclui, ressaltando a importância de narrativas diversificadas e humanizadoras.
Reflexões sobre o passado
Em uma reflexão mais pessoal, Gabriela compartilha um desejo de conversar com sua criança interior. “Se eu pudesse falar algo para ela, diria: ‘calma, respira, continue usando e cultivando a imaginação porque ela vai te salvar de muitas dores'”, revela. Essa conexão com seus próprios sentimentos e experiências é o que torna a interpretação de Viviane ainda mais significativa e verdadeira para a atriz.
O papel de Gabriela em “Três Graças” é mais do que uma interpretação; é uma celebração da diversidade e da complexidade da experiência humana, mostrando que cada personagem pode trazer uma nova perspectiva para a audiência e para a representação na mídia.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: Otávio Bruschi