Hugo Motta descarta equiparação de facções ao terrorismo no PL Antifacção

Presidente da Câmara sinaliza que trecho polêmico não será incluído na proposta

Hugo Motta indica que proposta não incluirá equiparação de facções criminosas a terroristas.

Hugo Motta sinaliza que PL Antifacção não incluirá equiparação a terrorismo

O PL Antifacção, que busca criar medidas mais rigorosas contra facções criminosas, não deverá incluir a polêmica equiparação dessas organizações a grupos terroristas, conforme afirmou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta terça-feira (11/11). Em declaração a jornalistas, Motta enfatizou que a Casa “não irá permitir” qualquer proposta que comprometa a Soberania Nacional.

Críticas à relatoria e contexto do projeto

Essa declaração surge após críticas direcionadas ao relator do projeto, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), que, além de relator, é também secretário de Segurança do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Derrite recuou em sua proposta inicial que limitava a atuação da Polícia Federal em investigações relacionadas a organizações criminosas estaduais, após uma reunião com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

Medidas de endurecimento e suas implicações

Apesar das contestações, o relator manteve a inserção de condutas associadas a facções criminosas no rol da Lei Antiterrorismo, equiparando as penas, que podem variar de 20 a 40 anos de prisão. Especialistas alertam que essa equiparação pode abrir brechas para a intervenção de outros países no Brasil e criar barreiras para investimentos externos nas áreas afetadas por grupos armados. O deputado Derrite defende a mudança como uma forma de reconhecer que as práticas de facções têm efeitos semelhantes aos de grupos extremistas.

Reuniões e sugestões para o PL

Motta ainda informou que se reunirá com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para discutir sugestões sobre a proposta do governo. O PL Antifacção é uma resposta à crise de segurança pública que se agravou após a megaoperação realizada pelo governo do Rio de Janeiro nas comunidades da Penha e do Complexo do Alemão, com foco na atuação do Comando Vermelho.

O que o projeto prevê

O projeto de lei prevê o endurecimento do tratamento a faccionados, incluindo a tipificação da organização criminosa qualificada, a possibilidade de intervenção judicial em empresas de fachada utilizadas para lavagem de dinheiro e a criação de um Banco Nacional de Organizações Criminosas. Tais medidas visam não apenas penalizar as ações já existentes, mas também prevenir a formação de novas organizações criminosas.

Conclusão

Com as preocupações levantadas por interlocutores do mercado sobre a inclusão do trecho que equipara facções a grupos terroristas, a discussão sobre a viabilidade e a aceitação do PL Antifacção continua. A proposta, que deve passar por mais debates e ajustes, busca um equilíbrio entre a segurança pública e a manutenção da Soberania Nacional.

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