Banco destaca potencial de crescimento e desafios enfrentados pela Companhia Brasileira de Alumínio
Safra recomenda compra da CBA, projetando valorização de 36% até 2026, apesar de desafios no mercado.
Safra melhora a recomendação para a CBA e projeta valorização de 36%
O Safra elevou a recomendação da Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3) de neutra para compra, destacando a melhora nos preços do alumínio e a expectativa de maior geração de caixa. O preço-alvo para 2026 é de R$ 7,30, o que representa um potencial de valorização de cerca de 36%.
Segundo o banco, o CEO da CBA, Luciano Alves, e a Diretora de RI, Amabile Silva, mantêm uma visão positiva sobre o mercado de alumínio, apesar das incertezas quanto à oferta na Ásia. “A gestão mantém uma perspectiva positiva para os preços do alumínio, apoiada pelo teto de produção da China e demanda estável de energias renováveis”, afirmam os analistas do Safra em relatório.
Expectativas de preço do alumínio
A projeção é de que os preços do alumínio caiam do patamar de US$ 2.883 por tonelada para cerca de US$ 2.800/t no final do ano, com uma média de US$ 2.700/t em 2026. Embora esse movimento possa impactar negativamente as ações da CBA, o Safra avalia que elas ainda estão subvalorizadas em relação aos preços do alumínio.
Desafios para a Companhia Brasileira de Alumínio
Entre os desafios apontados pelo banco estão a implementação do pipeline de projetos e a maior oferta da China e da Europa. A demanda abaixo do esperado, devido à desaceleração nas tendências de eletrificação e ao enfraquecimento do setor imobiliário chinês, também preocupa. Além disso, há riscos relacionados à não renovação das concessões hidrelétricas, aumentando a dependência de energia de terceiros.
Oportunidades de valorização
A Ásia pode adicionar cerca de 2 milhões de toneladas de nova capacidade de alumínio primário entre 2026 e 2030. A gestão da CBA reconhece o avanço dos projetos, mas alerta para riscos de atrasos devido a gargalos de mão de obra e infraestrutura. Do lado da demanda, a expectativa é de que a taxa média de crescimento anual composta (CAGR) de cerca de 1,7% entre 2026 e 2030 seja apoiada por tecnologias limpas.
Além disso, os preços da sucata estão elevados devido à alta demanda global e a distorções temporárias provocadas pelas tarifas dos EUA. Com o alumínio primário tributado e a sucata não, produtores norte-americanos passaram a utilizar mais sucata, elevando os preços e distorcendo o mercado.
Projeções de novos projetos
Durante reunião com os executivos da CBA, os analistas do Safra discutiram também o valor oculto fora da capitalização de mercado atual, como projetos de fusão e aquisição e descobertas de terras raras (REEs) em Poços de Caldas. O projeto de bauxita Rondon ganhou tração após restrições de exportação na Guiné, com potencial de valorização devido às REEs. O layout inicial previa capacidade de 4 milhões de toneladas por ano, mas os recursos disponíveis permitem expandir significativamente o projeto.
Além de Rondon, as operações de bauxita da CBA em Poços de Caldas estão próximas de descobertas de REEs. “Embora a CBA ainda não tenha realizado perfurações específicas de terras raras, estimamos que US$ 15 milhões em exploração poderiam permitir que a empresa reconheça esses recursos, incentivando investidores a considerar parte do valor de um projeto de REEs na capitalização de mercado da CBA”, conclui o Safra.
Fonte: www.moneytimes.com.br