CEO João Paulo Ferreira classifica trimestre como decepcionante, mas projeta otimismo para 2026
As ações da Natura desabaram 17% após resultados decepcionantes do 3T25, mas o CEO vê otimismo para o futuro.
As ações da Natura (NATU3) abriram o pregão desta terça-feira (11) com uma forte queda, uma reação direta aos números decepcionantes apresentados no relatório de resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25). O CEO da companhia, João Paulo Ferreira, classificou o trimestre como “decepcionante”, evidenciando um prejuízo líquido recorrente de R$ 119 milhões, resultado de pressões tanto sobre a receita quanto sobre a rentabilidade, além do aumento das despesas financeiras líquidas.
No 3T25, a Natura registrou uma queda de 33,7% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente, que totalizou R$ 577 milhões. Ferreira, em coletiva com jornalistas, atribuiu essa performance a um cenário macroeconômico desafiador, que impactou o consumo, especialmente no Brasil, mas também no México e na Argentina.
Os papéis da Natura chegaram a derreter quase 18,70% durante o dia, refletindo a frustração do mercado com os resultados e a expectativa de um desempenho mais robusto para o futuro. Ferreira destacou que o consumo caiu mais do que o esperado e que a concorrente Avon não conseguiu capturar o público com ofertas mais acessíveis. “Ainda não conseguimos retomar o crescimento da marca Avon, que é crucial em um cenário de consumo encolhido”, afirmou.
Análise dos fatores que impactaram o trimestre
O CEO identificou duas vertentes que afetaram os resultados: uma autoimposta e outra surpreendente. Do lado autoimposto, as despesas gerais e administrativas (SG&A) estão acima do normal, o que Ferreira atribui a iniciativas de tecnologia e desenvolvimento de canais que devem trazer resultados positivos a longo prazo. Já a queda no consumo foi uma surpresa negativa, afetando diretamente as vendas e o desempenho da companhia.
Apesar do panorama desafiador, Ferreira expressou confiança nas estratégias da empresa para o próximo ano. Ele mencionou a recuperação das operações na América Latina e medidas para contenção de despesas que começam a ser implementadas no quarto trimestre de 2025, o que deve refletir positivamente na performance da empresa. A Natura planeja relançar a marca Avon em 2026, com uma proposta de tornar os produtos mais acessíveis em comparação aos itens da própria Natura.
Expectativas para o futuro
A Natura trabalha na conclusão de um ciclo de transformação na América Latina e já firmou um acordo vinculante para a venda da Avon International, além de avaliar a situação da Avon na Rússia. Ferreira acredita que a finalização dessas etapas poderá destravar valor para a empresa, permitindo que ela retorne a patamares de alta rentabilidade e forte geração de caixa, que foram obtidos antes das grandes aquisições realizadas entre 2017 e 2019.
Com a meta de recuperação, as ações NATU3, que acumularam uma queda de mais de 20% no ano, podem ver um desempenho mais positivo à medida que as estratégias de reestruturação e revitalização das marcas começarem a surtir efeito. Ferreira reafirmou sua confiança nas perspectivas de médio prazo, alinhando a expectativa de resultados melhores para 2026, caso as ações propostas sejam efetivas.
Acompanhe o mercado e fique atento às novidades sobre a Natura e sua performance no próximo trimestre.
Fonte: www.moneytimes.com.br