Gavin Newsom e protestos marcam segundo dia da COP30 em Belém

Ricardo Stuckert / PR

A presença do governador da Califórnia e manifestações indígenas ofuscam avanços na agenda ambiental

Protestos indígenas e discurso de Newsom marcam o segundo dia da COP30 em Belém, ofuscando avanços na agenda ambiental.

Gavin Newsom e protestos na COP30: um dia conturbado em Belém

No segundo dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, a presença do governador da Califórnia, Gavin Newsom, e os protestos de indígenas dominaram a cena, ofuscando os avanços na agenda ambiental. A conferência, que ocorre em um contexto de crescente preocupação global sobre as mudanças climáticas, viu sua dinâmica alterada por eventos inesperados nesta terça-feira, 11 de novembro.

Newsom, que é amplamente considerado um potencial candidato à presidência dos Estados Unidos, utilizou o evento para criticar o atual presidente, Donald Trump. O governador democrata não hesitou em expressar sua desaprovação pela ausência de Trump na COP30, afirmando que sua postura revela uma falta de compromisso com questões ambientais. O governador enfatizou que “não acredita no sistema de pesos e contrapesos” e expressou sua preocupação com a integridade da República americana, um tema que ressoou entre os presentes.

Protesto indígena e sua repercussão

Enquanto Newsom se dirigia aos corredores da Blue Zone, um grupo de indígenas, que participava da Marcha Global Saúde e Clima, marchou em direção ao local restrito da conferência. Os manifestantes, que afirmam ter cumprido acordos com a organização do evento, levantaram vozes contra a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, provocando uma confusão que resultou em ferimentos de pelo menos dois seguranças. A segurança da ONU precisou evacuar os pavilhões e estabelecer um cordão humano para controlar o acesso ao local, o que gerou tensões adicionais.

Os protestos refletem uma crescente insatisfação com as políticas ambientais e a exploração dos recursos naturais. Os indígenas, ao se desassociar da manifestação maior, conseguiram destacar suas vozes em um evento que deveria ser focado em soluções para as mudanças climáticas. O incidente levantou questões sobre o espaço para a participação de comunidades afetadas nas discussões globais sobre o clima.

Iniciativas e parcerias na COP30

Apesar das interrupções, o dia não foi totalmente marcado por conflitos. Durante a conferência, foi anunciado o lançamento do Mutirão Global contra o Calor Extremo, chamado de Beat the Heat, que busca acelerar a implementação de soluções sustentáveis e resiliência ao calor. Esta iniciativa, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), ganhou adesão de 185 cidades, refletindo um esforço conjunto para combater os desafios impostos pelo aumento das temperaturas.

Além disso, 72 nações assinaram o Compromisso Global pelo Resfriamento, com o objetivo de reduzir as emissões relacionadas ao aumento da temperatura em 68% até 2050. Essas ações são cruciais em um momento em que a comunidade internacional busca respostas concretas para a crise climática.

Conclusão

O segundo dia da COP30 em Belém evidenciou a complexidade das discussões sobre mudanças climáticas, onde avanços e desafios coexistem. A presença de figuras políticas como Gavin Newsom e os protestos de grupos indígenas ressaltam a necessidade de um diálogo inclusivo e eficaz. Enquanto novas iniciativas são lançadas, é essencial que vozes diversas sejam ouvidas para garantir que as soluções propostas sejam justas e abrangentes. A conferência continua a ser um espaço vital para a construção de um futuro sustentável, embora as tensões do presente ainda precisem ser resolvidas.

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