CCJ aprova recondução de Paulo Gonet à PGR e proposta segue ao Plenário

Agência Senado

A recondução de Paulo Gonet à Procuradoria Geral da República foi aprovada com polêmicas na CCJ do Senado.

A CCJ do Senado aprovou a recondução de Paulo Gonet à PGR, gerando debates acalorados entre senadores.

CCJ aprova recondução de Paulo Gonet à PGR

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em 12 de novembro de 2025, a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República. A decisão foi tomada com 17 votos favoráveis e 10 contrários, e agora a mensagem presidencial (MSF 60/2025) segue para votação em Plenário nesta quarta-feira à tarde. A sabatina gerou debates intensos entre os senadores, destacando-se a defesa da atuação de Gonet e as críticas que surgiram em decorrência de sua gestão.

Polêmicas durante a sabatina

Durante a sabatina, senadores como Eduardo Braga (MDB-AM) e Rogério Carvalho (PT-SE) defenderam a atuação de Gonet à frente da Procuradoria Geral da República (PGR). Braga enfatizou a necessidade de uma PGR que não se deixe contaminar por questões ideológicas, defendendo a independência da instituição. Por outro lado, senadores como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jorge Seif (PL-SC) criticaram duramente Gonet, alegando que sua atuação estava comprometida por conluios com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, lamentou a recondução de Gonet, acusando-o de não defender as prerrogativas do Ministério Público e de estar subserviente ao STF. Essas declarações acirraram os ânimos na CCJ, onde o clima ficou tenso com as acusações de politicagem na atuação da PGR.

Defesa da atuação da PGR

Gonet, por sua vez, refutou as acusações, afirmando que a PGR atua com base em análises jurídicas rigorosas, sem se deixar levar por pressões externas. Ele ressaltou que as manifestações da PGR nos processos envolvendo os atos de 8 de janeiro são fundamentadas em princípios legais, sem qualquer tipo de vazamento ou comentário público que comprometa a integridade do trabalho realizado.

Eduardo Braga, em sua defesa, destacou que a PGR deve atuar independentemente de qualquer espectro político, reforçando que a função do procurador-geral é garantir a aplicação da lei, independentemente de quem esteja no poder. Para ele, a PGR não deve ser um instrumento de perseguição política, mas sim um bastião da democracia e do estado de direito.

O papel do procurador-geral

A recondução de Paulo Gonet à PGR é vista como um teste para a capacidade da instituição de resistir a pressões políticas e manter sua independência. A PGR, sob a liderança de Gonet, tem enfrentado desafios significativos, especialmente em relação aos processos que investigam os eventos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram em uma série de condenações. Gonet destacou que, até o momento, houve 715 condenações e 12 absolvições, com mais de 600 casos ainda em andamento, reafirmando seu compromisso com a justiça e a legalidade.

O futuro da PGR

A votação no Plenário representa um momento decisivo para a PGR e para a trajetória de Gonet, que já ocupa o cargo desde 2023. O senador Omar Aziz (PSD-AM), relator da indicação, também defendeu a recondução, ressaltando que Gonet não é uma figura midiática, mas um procurador que se dedica ao trabalho nos autos, evitando a exposição desnecessária.

A expectativa agora recai sobre como o Plenário do Senado irá se posicionar em relação a essa recondução, que representa não apenas a continuidade de Gonet no cargo, mas também a postura da PGR frente à pressão política e à necessidade de manter a ordem democrática e a justiça no país.

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