Primeiro-ministro responde a boatos sobre tentativa de destituição antes do orçamento
Primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, é pressionado a responder a rumores de sua possível substituição.
Na quarta-feira (12), o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, foi forçado a abordar rumores de que rivais dentro do Partido Trabalhista estariam planejando sua substituição. Esse anúncio ocorre apenas duas semanas antes da divulgação do orçamento do governo, um evento que pode impactar ainda mais seus já baixos índices de aprovação.
Vários meios de comunicação britânicos relataram na noite de terça-feira (11) que aliados de Starmer estavam preocupados com a possibilidade de um ataque à sua liderança, citando Wes Streeting, o atual secretário de Saúde, como um potencial desafiante. Os aliados enfatizaram que Starmer está determinado a resistir a qualquer movimento que vise destituí-lo da liderança.
Streeting, por sua vez, desmentiu os rumores, chamando-os de “bobagem autodestrutiva”. Ele se defendeu afirmando não ver circunstância que justificasse um movimento contra Starmer, e criticou os responsáveis pelos vazamentos que alimentaram a especulação, acusando-os de tentarem “sabotá-lo”.
Crise política em Downing Street
O que poderia ser apenas um boato se transformou rapidamente em uma crise política. Starmer foi acusado pela líder conservadora Kemi Badenoch de criar uma “cultura tóxica” em Downing Street, e se viu obrigado a responder a questões sobre os vazamentos de informações que comprometeram a confiança em seus aliados. “Não autorizei qualquer vazamento negativo”, afirmou Starmer, defendendo a escolha de seus ministros. “Qualquer ataque a membros do meu gabinete é inaceitável.”
Essa crise chega em um momento delicado, próximo ao anúncio do orçamento em 26 de novembro, onde se espera que o Partido Trabalhista tenha que aumentar a alíquota básica do imposto de renda, rompendo uma importante promessa eleitoral. A chanceler Rachel Reeves indicou que tanto cortes de gastos quanto aumentos de impostos estão na mesa, enquanto o partido tenta corrigir um déficit financeiro significativo.
Com a popularidade de Starmer em queda – apenas 17% dos britânicos aprovam seu governo segundo a YouGov – a situação se torna ainda mais crítica. Nos últimos meses, Starmer se tornou um dos primeiros-ministros mais impopulares da história recente do Reino Unido, o que levanta dúvidas sobre sua capacidade de liderança.
Dúvidas sobre o controle de Starmer
A decisão de aliados de Starmer de vazar informações contra Streeting, que tem a missão de revitalizar o Serviço Nacional de Saúde (NHS), deixou muitos no Partido Trabalhista perplexos. Um deputado, que pediu anonimato, comentou: “As pessoas estão completamente confusas. Ninguém entende de onde vem esse vazamento.”
A perplexidade é acentuada pelo fato de que, após 16 meses de governo, os parlamentares trabalhistas anteriormente acreditavam que Starmer não enfrentaria um desafio sério até após as eleições locais de maio de 2026. No entanto, a recente onda de rumores sugere que uma disputa pela liderança pode ocorrer imediatamente após o orçamento.
Embora Streeting tenha negado qualquer intenção de desafiar Starmer, um site intitulado “Wes for Leader” foi criado na terça-feira, aumentando ainda mais as especulações sobre sua ambição política. Esse cenário de incertezas em torno do futuro do Partido Trabalhista e a liderança de Starmer trazem à tona a complexidade da política britânica contemporânea.
Rumores sobre um possível desafio à liderança não são novos. Em setembro, o ex-deputado e atual prefeito de Grande Manchester, Andy Burnham, tentou desafiar Starmer, mas falhou. O processo de destituição de um líder trabalhista é complicado; para isso, seria necessário o apoio de 20% dos membros do parlamento do partido, o que torna a tarefa desafiadora. Com a situação atual, a liderança de Starmer parece mais instável do que nunca.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: Reuters