Alessandro Stefanutto, preso pela Polícia Federal, teve embate acalorado durante a oitiva na CPMI que investiga fraudes no INSS.
Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, discutiu com o relator da CPMI após ser preso pela PF.
Conflito na CPMI entre ex-presidente do INSS e relator
O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi preso pela Polícia Federal (PF) em 13 de novembro de 2025 e teve uma participação conturbada na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os escândalos no INSS. Durante a oitiva, Stefanutto e o relator da CPMI, deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), protagonizaram um embate que resultou na suspensão da sessão por alguns minutos.
Escândalos revelados pela imprensa
As investigações sobre o INSS foram acirradas após uma série de reportagens publicadas pelo Metrópoles, que, a partir de dezembro de 2023, expuseram fraudes e irregularidades que impactaram a arrecadação das entidades do setor. Relatos indicam que as associações de aposentados responderam a milhares de processos relacionados a fraudes nas filiações, elevando a arrecadação a R$ 2 bilhões em um ano. As reportagens resultaram na abertura de inquérito pela PF e alimentaram as investigações da Controladoria-Geral da União (CGU).
A audiência tumultuada
Durante a audiência, o clima esquentou quando Stefanutto se negou a responder a uma pergunta do relator sobre a sua data de ingresso no serviço público, alegando que isso poderia ser autoincriminatório. A resposta provocou a ira de Gaspar, que ameaçou Stefanutto com prisão em flagrante por violar regras do habeas corpus. A situação se acirrou ainda mais quando o deputado questionou o ex-presidente sobre uma denúncia de solicitação de propina, à qual Stefanutto reagiu afirmando que a pergunta era desrespeitosa, gerando mais tensão entre os dois.
Operação Sem Desconto e desdobramentos
Stefanutto foi preso durante uma nova fase da Operação Sem Desconto, que tem como objetivo investigar um esquema de fraudes no INSS. Além dele, a operação também abrange mandados de busca e apreensão contra o deputado Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e o ex-ministro da Previdência Social, José Carlos Oliveira, que também é alvo de medidas judiciais, incluindo a instalação de tornozeleira eletrônica.
A atuação da Controladoria-Geral da União
Nesta quinta-feira, auditores da CGU estavam envolvidos na execução de 63 mandados de busca e apreensão, além de 10 prisões preventivas e outras medidas cautelares. As ações da CGU e da PF visam desmantelar esquemas que lesam aposentados em diversos estados do país, mostrando a gravidade das fraudes relacionadas ao INSS.
Conclusão
O caso de Alessandro Stefanutto e as investigações em torno do INSS revelam um cenário alarmante de corrupção e fraudes que afetam diretamente os segurados. A CPMI, ao investigar esses escândalos, busca responsabilizar os envolvidos e restaurar a confiança na previdência social brasileira.