Descoberta no Rio Grande do Sul lança luz sobre a evolução dos répteis
Pesquisadores descobrem fóssil de lagarto no Brasil, datado do Triássico, revelando aspectos da evolução dos répteis.
Lagarto guerreiro: um achado raro no Brasil
Durante escavações realizadas no município de Dona Francisca, no Rio Grande do Sul, pesquisadores brasileiros descobriram o fóssil de um lagarto com aproximadamente 2,4 metros de comprimento, datado do período Triássico, cerca de 240 milhões de anos atrás, um tempo que precede o surgimento dos dinossauros. Esta descoberta foi publicada no periódico Journal of Systematic Palaeontology, e é um marco na paleontologia brasileira.
Nome e características do lagarto
O réptil, batizado de Tainrakuasuchus bellator, possui um nome que combina elementos do grego, latim e guarani, significando “guerreiro ou lutador”. Apesar de suas semelhanças com dinossauros, o lagarto guerreiro é considerado um ancestral dos crocodilos modernos. Os pesquisadores encontraram partes da mandíbula, coluna vertebral e pélvis, que ajudam a elucidar um período crucial da história da vida na Terra.
Importância da descoberta
O autor principal do estudo, Rodrigo Temp Müller, destacou que essa descoberta oferece insights valiosos sobre a evolução das faunas que habitavam a Terra antes da era dos dinossauros. Durante o período Triássico, os arcossauros dominavam os ambientes terrestres, dividindo-se em dois grupos principais: os Ornithosuchia, que deram origem às aves e dinossauros, e os Pseudosuchia, que estão relacionados à evolução dos crocodilianos. O lagarto guerreiro pertence a este último grupo.
Estrutura e comportamento
Apesar de seu tamanho considerável, o lagarto guerreiro pesava cerca de 60 kg. Sua fisiologia permitia que ele utilizasse um longo pescoço em combinação com agilidade para capturar presas rapidamente. Os dentes afiados e curvados eram adequados para devorar suas vítimas, enquanto suas costas eram reforçadas com placas ósseas, semelhante a uma armadura natural encontrada em crocodilos modernos.
Relação com outras espécies
Müller também ressaltou que o lagarto guerreiro é parente próximo do Mandasuchus tanyauchen, um arcossauro descoberto na África Ocidental e que viveu aproximadamente 245 milhões de anos atrás. Essa proximidade evolutiva pode ser atribuída à união dos continentes na época, permitindo um intercâmbio de espécies entre regiões que hoje estão separadas por oceanos. Essa relação revela uma história evolutiva interligada entre as faunas do Brasil e da África.
Conclusão
A descoberta do lagarto guerreiro não apenas enriquece o conhecimento sobre a biodiversidade do período Triássico no Brasil, mas também destaca a importância dos estudos paleontológicos para a compreensão da evolução dos vertebrados na Terra. O trabalho dos pesquisadores é um passo significativo para desvendar a complexidade da história da vida em nosso planeta.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: Divulgação/Caio Fantini