Expectativas de queda da Selic e eleições de 2026 segundo Roberto Sallouti

CEO do BTG Pactual analisa cenário econômico e grupos eleitorais que podem influenciar as próximas eleições

Roberto Sallouti, do BTG Pactual, prevê queda da Selic e analisa grupos que vão influenciar as eleições presidenciais de 2026.

Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual (BPAC11), apresentou suas previsões sobre a economia brasileira e as eleições presidenciais de 2026. Segundo ele, os microempreendedores (MEIs) e os eleitores que não votaram em Jair Bolsonaro em 2022 terão um papel crucial nas próximas eleições. Durante um evento em comemoração ao aniversário da Empiricus, Sallouti destacou que, apesar da inflação controlada e do baixo desemprego, a taxa de aprovação do governo atual não deverá ser um tema central no debate eleitoral.

Cenário Político e Econômico

O CEO do BTG Pactual acredita que os principais assuntos nas eleições de 2026 envolverão segurança pública e combate à corrupção, áreas em que a oposição ao presidente Lula possui uma imagem mais favorável junto ao eleitorado. Sallouti observa que a estrutura política do Brasil tende a favorecer a eleição de candidatos de centro-direita, mas a atual conjuntura pode beneficiar o presidente Lula.

Ele também menciona que, nas últimas eleições, muitos eleitores se posicionaram como “sociais-democratas”, votando contra Bolsonaro, sem apoiar diretamente Lula. A recuperação desses votos pela centro-direita será crucial, e eventuais ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem influenciar essa dinâmica.

Impacto da Política Externa nos Mercados

Sallouti discute que a migração de capital para outros mercados, incluindo o Brasil, foi impulsionada pela política de tarifas de Trump, o que melhorou o cenário econômico local. Ele ressalta que o fortalecimento do real e a recuperação do mercado financeiro também foram favorecidos por essa conjuntura externa, a qual não deve ser subestimada. Ele considera que 50% da valorização das ações do BTG Pactual na B3 se deve a esses fatores externos.

Expectativas para a Selic

Além de suas análises políticas, Sallouti discutiu a expectativa de queda da taxa Selic, que deve começar em janeiro, com um corte previsto de 0,25 ponto percentual e um ciclo total de redução de até três pontos percentuais. O BTG, no entanto, projeta um cenário ainda mais otimista, com possíveis cortes de até 4,5 pontos percentuais, fazendo com que os juros caiam de 15% para 10,5% ao ano.

“Há uma chance de o ciclo de queda ser mais longo do que o mercado espera. Existe uma exposição assimétrica fantástica em você operar pré-fixado aqui”, enfatiza Sallouti.

Conclusão

Apesar das incertezas fiscais, o CEO do BTG Pactual se mostra otimista em relação ao curto prazo, apontando que a expectativa de queda da Selic pode criar oportunidades para investidores. Ele acredita que a combinação de um rigor fiscal mais agressivo, com a possibilidade de alcançar um superávit primário de 2% do PIB, pode derrubar os juros reais para 4% ao ano, enquanto um eventual governo Lula poderia levar a um ajuste fiscal insuficiente, mantendo os juros reais em torno de 7% ao ano.

Dessa forma, a análise de Roberto Sallouti acerca da queda da Selic e das eleições de 2026 revela um cenário complexo, onde a política interna e externa se entrelaçam, impactando diretamente a economia brasileira.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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