Clube amador enfrenta dificuldades em meio ao crescimento do futebol feminino
Futebol feminino no Rio enfrenta amadorismo e dificuldades a menos de dois anos da Copa do Mundo de 2027.
O futebol feminino no Rio, a menos de dois anos da Copa do Mundo de 2027, enfrenta um cenário de amadorismo e dificuldades financeiras. O E.C. Resende, por exemplo, entrou em campo com apenas oito jogadoras no dia 8 de outubro, durante o Cariocão Feminino, refletindo a precariedade das equipes menores. A partida, que terminou em 15 a 0 a favor do Fluminense, foi interrompida quando o número de atletas do Resende caiu para sete devido a problemas de saúde. Essa situação é emblemática de uma realidade que preocupa a todos os envolvidos na modalidade, especialmente considerando que o estado sediará jogos da Copa do Mundo.
O contexto das equipes menores
No Campeonato Carioca feminino, apenas oito equipes participaram, com clubes tradicionais como Botafogo, Flamengo e Fluminense chegando à semifinal. Já equipes como Real Heips e E.C. Resende lutam pela sobrevivência. O E.C. Resende, por exemplo, formou um time com jogadoras de outros clubes, mas enfrenta a falta de recursos e estrutura. O técnico Carlão destacou que muitas jogadoras têm empregos que as impedem de treinar e jogar regularmente, o que reflete a realidade de várias atletas que ainda não conseguem viver do esporte.
A vida das jogadoras amadoras
Helen Acioly, uma das jogadoras do E.C. Resende, é um exemplo das dificuldades enfrentadas. Trabalhando em um restaurante fast food, ela passa horas se deslocando para o trabalho e mal consegue participar dos treinos e jogos. Embora tenha começado a jogar futebol em 2018 e tenha inspirações no esporte, ela sente que sua carreira profissional está distante. “Só quem tá no meio sabe o quão difícil é”, diz Acioly, ressaltando que a paixão pelo futebol continua, independentemente da dificuldade.
Dificuldades financeiras e falta de investimento
O técnico Carlão aponta que a falta de investimento é um dos principais entraves para as equipes menores. Os custos para manter um time são altos, e a maioria das jogadoras não recebe nenhum salário. O E.C. Resende terminou o campeonato na penúltima colocação, enfrentando derrotas acachapantes. A falta de patrocínios e um calendário competitivo são desafios adicionais que dificultam a atração de talentos e a manutenção das equipes.
A busca por oportunidades e profissionalização
Apesar das dificuldades, as jogadoras e os técnicos veem no Campeonato Carioca uma oportunidade de se destacar e, quem sabe, serem notados por clubes maiores. A esperança de que a situação do futebol feminino melhore está presente, com o desejo de que iniciativas como a venda dos “naming rights” do campeonato possam trazer novos recursos. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) afirma que está trabalhando para melhorar as condições do campeonato, mas muitos questionam se as mudanças serão suficientes para reverter o cenário atual.
Considerações finais
O futebol feminino no Rio de Janeiro, portanto, vive um momento crítico a pouco tempo da Copa do Mundo de 2027. Enquanto as equipes grandes se destacam e recebem investimentos, as menores continuam lutando por reconhecimento e condições dignas de trabalho. A realidade das jogadoras amadoras é marcada por sacrifícios e a esperança de que um dia o amor pelo futebol possa se transformar em uma carreira profissional sólida e reconhecida.
Fonte: ge.globo.com