Relembre a tragédia ambiental de Mariana, a maior da história do Brasil

de desastre causado pelo rompimento da barragem de Mariana em 2015, Minas Gerais

O rompimento da barragem de Fundão em 2015 trouxe consequências devastadoras e ainda é lembrado na atualidade.

A tragédia de Mariana, em 2015, é considerada a maior do Brasil, com 19 mortes e impacto em 600 mil pessoas.

Tragédia ambiental de Mariana: um marco na história do Brasil

A tragédia ambiental de Mariana, que ocorreu em 5 de novembro de 2015, continua sendo um dos eventos mais devastadores da história do Brasil. O rompimento da barragem de Fundão resultou na morte de 19 pessoas e afetou diretamente mais de 600 mil moradores. Este evento trágico não apenas causou perdas humanas, mas também despejou milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, contaminando o Rio Doce e devastando o ecossistema da região.

Consequências do rompimento da barragem

O rompimento da barragem despejou aproximadamente 50 milhões de metros cúbicos de material tóxico, equivalente a cerca de 46,3 mil piscinas olímpicas de rejeitos. A devastação atingiu 41 cidades e três reservas indígenas, impactando uma área maior do que 220 campos de futebol. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pelo menos 400 espécies da fauna e flora foram afetadas, incluindo diversas espécies de peixes, anfíbios, aves e mamíferos.

Impacto psicológico nas vítimas

Em um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2018, três anos após a tragédia, foi constatado que 12% dos afetados apresentavam sintomas de estresse pós-traumático. Entre crianças e adolescentes, essa taxa chegava a 83%. Os pesquisadores entrevistaram 271 vítimas, que relataram manifestações de depressão, ansiedade, insônia e aumento de problemas cardiovasculares. Três a cada dez pessoas entrevistadas relataram episódios de depressão, evidenciando o impacto emocional duradouro do desastre.

Justiça e responsabilização

Recentemente, a Justiça da Inglaterra condenou a mineradora BHP, coproprietária da Samarco, a ser responsabilizada parcialmente pelo desastre. O Tribunal Superior de Justiça de Londres considerou que o risco do colapso da barragem era previsível. Um novo julgamento, agendado para outubro de 2026, irá determinar o valor da indenização às vítimas. Essa decisão reacende o debate sobre a responsabilidade das empresas envolvidas e a necessidade de Justiça para aqueles que sofreram as consequências do desastre.

O legado da tragédia

A tragédia de Mariana levantou questões cruciais sobre regulamentação ambiental e a necessidade de responsabilização das empresas mineradoras. Passados 10 anos desde o desastre, muitos ainda questionam a eficácia dos processos judiciais no Brasil, onde até o momento ninguém foi responsabilizado criminalmente. A luta por justiça e reparação continua, refletindo as vozes daqueles que ainda vivem as consequências daquela fatídica manhã de novembro de 2015.

A tragédia ambiental de Mariana permanece na memória coletiva do Brasil, servindo como um lembrete doloroso da importância da proteção ambiental e da responsabilidade corporativa.

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