Chile enfrenta polarização eleitoral entre comunista e candidato de direita

Anadolu/Getty Images

Eleições presidenciais marcam a divisão política no país após anos de protestos e insegurança crescente

Eleições presidenciais no Chile refletem a polarização política entre candidatos de diferentes espectros ideológicos.

Chile vai às urnas em um cenário de polarização política

Neste domingo (16/11), os chilenos irão às urnas para o primeiro turno das eleições presidenciais, que definirá o sucessor de Gabriel Boric (Frente Ampla), de esquerda. A eleição, que ocorre em um contexto de crescente polarização política, vê uma disputa acirrada entre a candidata comunista Jeannette Jara e dois candidatos da direita, José Antonio Kast e Johannes Kaiser.

Cenário eleitoral e pesquisa de intenções de voto

A mais recente pesquisa Atlas/Intel, divulgada no fim de outubro, coloca Jeannette Jara na liderança com 33,2% das intenções de voto. Em segundo lugar, José Antonio Kast e Johannes Kaiser estão empatados com 16,8%. A polarização refletida nas urnas é um eco dos protestos de 2019, que desencadearam um período de agitação social no Chile.

A preocupação com a segurança no Chile

A segurança tornou-se a principal preocupação da população chilena, sendo que 63% dos entrevistados na pesquisa global da Ipsos consideram a criminalidade o maior problema do país. Este aumento da preocupação se reflete em estatísticas alarmantes: a taxa de homicídios subiu de 2,32 por 100 mil em 2015 para 6,0 em 2024. Sequestros e crimes violentos, antes raros, se tornaram comuns. Essa mudança no cenário de segurança tem favorecido candidatos que prometem soluções rigorosas para a criminalidade.

Jeannette Jara: a candidata comunista

Jeannette Jara, de 51 anos, é uma militante do Partido Comunista desde os 14 anos e despontou nacionalmente como ministra do Trabalho no governo Boric. Ela é vista como pragmática e defensora de uma agenda que combina propostas sociais com uma postura firme em relação à segurança pública. Jara promete abordar o tema da segurança desde o primeiro dia de seu possível governo e tem endurecido seu discurso migratório, buscando neutralizar o apelo da direita em tempos de insegurança.

José Antonio Kast: o ‘Bolsonaro chileno’

José Antonio Kast, veterano da direita e já candidato em outras eleições, é conhecido por sua linha dura contra o crime e defesa de valores conservadores. Amigo do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, Kast tem o apelido de ‘Bolsonaro chileno’. Ele busca implementar uma política rigorosa de imigração e segurança, defendendo a expulsão de imigrantes irregulares e mais poder de fogo para a polícia.

Johannes Kaiser e a nova direita

Johannes Kaiser, youtuber ultraliberal, também tem ganhado notoriedade na corrida eleitoral. Com uma abordagem provocadora, ele questionou o voto feminino e defendeu deportações em massa para imigrantes irregulares. Sua candidatura representa uma face mais radical da direita chilena, em contraste com a postura de Jara.

O impacto da insegurança na política chilena

Desde o Estallido Social de 2019, o Chile vive uma batalha constante entre projetos de transformação social e demandas por ordem pública. As tentativas de mudança constitucional falharam, levando a um descontentamento entre os eleitores que apoiaram Boric. Essa desilusão tem permitido o crescimento da direita radical, que se aproveita da crescente violência e insegurança para ganhar apoio.

Conclusão

As eleições presidenciais no Chile não são apenas uma escolha de candidatos, mas uma reflexão da divisão política e social do país. Com a segurança em jogo, os chilenos se preparam para decidir o futuro do país em um cenário de incertezas e polarização.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: Anadolu/Getty Images

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