Direita brasileira enfrenta fragmentação após Bolsonaro para 2026

Governo do Estado de SP

Especialistas analisam o cenário político da direita em meio a mudanças e desafios

A direita brasileira se mostra fragmentada e dividida em meio à condenação de Bolsonaro, apontam especialistas.

Direita fragmentada para 2026: desafios e cenários

A direita brasileira se apresenta como “fragmentada” e “dividida” após a recente decisão da Primeira Turma do STF que manteve a condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Especialistas analisam as implicações dessa situação para o futuro político do Brasil, especialmente nas eleições de 2026. A pesquisa realizada pela Genial/Quaest testou possíveis candidatos da direita, incluindo nomes como Michelle Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e outros.

De acordo com a antropóloga Isabela Kalil, professora da FESPSP, as diferenças entre essas figuras políticas e o ex-presidente criam dificuldades na escolha de um substituto que consiga unir a direita. Enquanto Bolsonaro conseguiu agregar diferentes grupos, o momento atual não favorece a ascensão de um novo líder com a mesma capacidade de unificação.

O cenário eleitoral e a liderança de Lula

Atualmente, Luiz Inácio Lula da Silva lidera todos os cenários de primeiro turno, e empata tecnicamente com Bolsonaro no segundo turno, mesmo com a inelegibilidade deste último até 2030. Kalil destaca que a fragmentação da direita pode ser observada na divisão entre aqueles que priorizam questões morais e religiosas, representados potencialmente por Michelle Bolsonaro, e aqueles mais voltados para segurança pública, como Tarcísio de Freitas.

Carlos Pereira, cientista político da FGV, acredita que a extrema direita continuará a apoiar Bolsonaro, mesmo diante das suas dificuldades legais. Ele argumenta que a centro-direita precisa se distanciar do ex-presidente para ser competitiva nas eleições de 2026, evitando repetir o erro da centro-esquerda em 2018, que não conseguiu se desvincular de Lula a tempo.

A busca por um novo líder

A análise de Kalil sugere que a reorganização da direita deve ocorrer de maneira fragmentada, com grupos distintos lutando por representação. Tarcísio de Freitas, embora tente dialogar com uma base mais ampla, não possui a mesma conexão com os setores religiosos que Bolsonaro tinha. Além disso, a candidatura de Tarcísio foi prejudicada por estratégias inadequadas e sua necessidade de lealdade a Bolsonaro.

Por outro lado, Ronaldo Caiado se destaca por manter certa distância do bolsonarismo, mas sua falta de reconhecimento nacional limita suas chances. Pereira ressalta que nenhuma das alternativas familiares de Bolsonaro possui condições de se destacar, dada a rejeição generalizada aos “delírios autoritários” associados a eles.

A fragilidade da direita e a figura de Michelle Bolsonaro

Michelle Bolsonaro, apesar de ter um capital político considerável, enfrenta desafios em sua articulação política, tanto dentro de seu partido quanto em relação aos filhos do ex-presidente. Já Eduardo Bolsonaro é visto por alguns analistas como o filho com uma estratégia mais robusta para uma candidatura própria, embora isso possa ocorrer sem articulações com outros setores da extrema direita.

Os especialistas concordam que a possível prisão de Bolsonaro poderá gerar reações diversas entre seus apoiadores, mas qualquer cenário que envolva a escolha de um novo líder da direita enfrenta um tempo limitado para consolidar uma figura forte até as eleições de 2026. Portanto, a fragmentação da direita brasileira, conforme apontado pelos analistas, é um fator crucial que deve ser monitorado nos próximos meses.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

Fonte: Governo do Estado de SP

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