Eleições no Chile: ultradireita ganha força em meio à crise de segurança

Chilenos votam pela primeira vez em eleição obrigatória para presidente desde 2012, num cenário marcado pela insegurança

Eleições no Chile são marcadas por crise de segurança, impulsionando a ascensão da ultradireita.

Eleições no Chile: contexto atual

Os chilenos vão às urnas neste domingo (16) na primeira eleição obrigatória para presidente desde 2012, com cerca de 15 milhões de eleitores aptos a votar. A crise de segurança, agravada por fatores como a imigração, tem sido um dos principais temas da campanha, criando um cenário propício para a ascensão da ultradireita no país. Pesquisas recentes indicam que um dos candidatos de direita deve enfrentar a governista Jeannette Jara em um provável segundo turno, marcado para 14 de dezembro.

A influência da insegurança na política

A criminalidade, frequentemente associada à imigração, tem moldado o discurso dos candidatos. Segundo a pesquisa Atlas Intel, divulgada em outubro, 53,1% dos entrevistados consideram a insegurança e o narcotráfico como os principais problemas enfrentados pelo Chile. Além disso, um relatório da Fundação Paz Cidadã revela que 24,3% da população apresenta alto temor em relação à segurança, um índice que se mantém elevado desde 2022.

Crescimento da violência e a resposta dos candidatos

Embora o Chile seja considerado um dos países mais seguros da América do Sul, a taxa de homicídios tem crescido, passando de 4,2 por 100 mil habitantes em 2016 para 6 em 2024, um aumento alarmante de 42,8%. A maioria dos homicídios é cometida por chilenos, mas também há uma participação significativa de estrangeiros. Dentre os crimes que mais preocupam a população, os sequestros aumentaram 27,8% entre 2022 e 2024, e o roubo de celulares se tornou um fenômeno alarmante, com cerca de 2 mil aparelhos sendo roubados por dia.

A ascensão da ultradireita

Os candidatos da ultradireita, Johanes Kaiser e José Antonio Kast, têm explorado o medo da população para conquistar votos. Segundo analistas, a má avaliação do governo de Gabriel Boric e a desvinculação dos atuais conservadores da era Pinochet também contribuíram para essa mudança no cenário político. A última pesquisa do Painel Cidadão mostra que Jara possui 26% da preferência, enquanto Kast e Kaiser têm 21% e 14%, respectivamente.

Expectativas para o segundo turno

Em um provável segundo turno, os candidatos da direita se mostram competitivos contra Jara, que enfrenta uma forte rejeição à sua gestão. A situação atual revela um desejo por mudanças rápidas e profundas, com a segurança assumindo a frente das preocupações da população, em contraste com as demandas por igualdade e melhores salários que dominaram o cenário em 2019.

Conclusão

A eleição deste domingo representa um momento crucial para o Chile, onde a crise de segurança tem o potencial de reconfigurar a paisagem política e impulsionar a ultradireita. O resultado poderá refletir não apenas a insatisfação com o governo atual, mas também um desejo por uma nova abordagem em relação à segurança e à imigração, temas que dominarão a agenda política nos próximos anos.

Fonte: www.infomoney.com.br

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