Jeannette Jara e José Antonio Kast se enfrentarão em 14 de dezembro para a presidência do Chile.
Jeannette Jara e José Antonio Kast disputarão a presidência do Chile no segundo turno marcado para 14 de dezembro.
Eleições no Chile: um embate entre esquerda e direita
As eleições no Chile ganharam novos contornos com o segundo turno agendado para 14 de dezembro, onde a candidata comunista Jeannette Jara e o conservador José Antonio Kast irão disputar a presidência do país. Mais de 15,7 milhões de eleitores foram convocados para as urnas no último domingo (16/11), em uma votação histórica, pois é a primeira com voto obrigatório desde a redemocratização.
Candidatos e suas propostas
Jeannette Jara, do Partido Comunista do Chile, é a primeira mulher comunista a concorrer ao cargo desde a redemocratização e lidera as pesquisas com aproximadamente 27% dos votos apurados. A candidata, ex-ministra do Trabalho, enfrenta desafios internos, incluindo tensões com o governo de Gabriel Boric e com seu próprio partido. Para ampliar sua base de apoio, Jara sinalizou a possibilidade de suspender sua filiação ao Partido Comunista, afirmando que deseja “governar os cidadãos e não um partido”.
Por outro lado, José Antonio Kast, do Partido Republicano, também obteve cerca de 27% dos votos e chega ao segundo turno pela segunda vez, após ter sido derrotado por Boric em 2021. Kast tem tentado adotar um tom mais moderado nesta campanha, mas mantém propostas rígidas relacionadas à segurança e à imigração. Ele defende, por exemplo, a obrigatoriedade de que migrantes irregulares contribuam financeiramente para seu retorno ao país de origem, uma medida que suscita críticas pela sua inviabilidade prática.
Segurança pública e imigração como temas centrais
A segurança pública foi um dos temas mais debatidos durante a campanha, especialmente considerando que a taxa de homicídios por 100 mil habitantes quase triplicou entre 2015 e 2024, fenômeno que muitos atribuem à chegada de migrantes venezuelanos. Kast, com sua postura conservadora, propõe cortes de 6 bilhões de dólares em gastos públicos, o que gerou preocupações entre economistas e críticos sobre o impacto em programas sociais.
A posição sobre regimes estrangeiros
Jara também se posicionou sobre questões relacionadas a Cuba e Venezuela, adotando uma postura mais crítica em relação a esses regimes. Recentemente, afirmou que Cuba “claramente não é uma democracia”, buscando dialogar com o centro político e conquistar uma base mais ampla de eleitores.
O futuro da presidência chilena
O vencedor das eleições assumirá a Presidência do Chile em 11 de março de 2026, e o resultado do segundo turno poderá ter um impacto significativo na direção política do país para os próximos quatro anos. Com um eleitorado polarizado, a disputa entre Jara e Kast promete ser acirrada, refletindo as divisões e desafios enfrentados pela sociedade chilena atualmente. À medida que a data se aproxima, a expectativa aumenta sobre qual caminho o Chile escolherá para o futuro.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: Anadolu/Getty Images