Projeção de valorização do Ibovespa em 2025 gera debate sobre contexto global

Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual

Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG, analisa fatores que influenciam a Bolsa brasileira

Mansueto Almeida do BTG aponta que a valorização do Ibovespa em 2025 não está ligada ao Brasil, mas a mudanças globais.

Valorização do Ibovespa em 2025 e seu contexto global

A valorização do Ibovespa em 2025, projetada em 31%, não está diretamente relacionada ao Brasil, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual. Durante sua participação no 20º Seminário Internacional Acrefi de Crédito (SIAC), ele destacou que essa expectativa é influenciada por fatores globais, especialmente a política comercial dos Estados Unidos.

Mansueto questionou: “Como, em um ano de juros tão altos, podemos ter um crescimento da Bolsa de 31%? Não tem nada a ver com o Brasil.” Ele explica que a elevação das tarifas comerciais impostas pelos EUA gerou um redirecionamento de investimentos, favorecendo não apenas o Brasil, mas também outras economias emergentes, como México e Colômbia. Essa mudança fez com que o fluxo de investimentos aumentasse na bolsa brasileira, resultando em um aumento no preço das ações.

Impactos da política comercial dos EUA

O economista ressaltou que o aumento das tarifas comerciais nos Estados Unidos causou um impacto significativo no mercado global, levando investidores a diversificarem suas carteiras. Essa diversificação trouxe um aumento no fluxo de capital para economias emergentes, beneficiando o Brasil. Além disso, esse movimento também contribuiu para a queda do dólar e a diminuição da curva de juros no país, resultando em uma melhora inesperada do mercado financeiro brasileiro.

Entretanto, Mansueto alerta que, apesar dos avanços, os desafios internos do Brasil permanecem. “Os problemas que temos hoje são exatamente os mesmos do início e do final do ano passado. São as mesmas incertezas”, afirmou. A política monetária tem tido um papel importante na contenção da inflação, mas ainda há um longo caminho a percorrer.

Desafios futuros para a economia brasileira

Ao projetar o futuro, Mansueto enfatizou que o Brasil enfrentará um grande desafio para alcançar taxas de juros estruturalmente mais baixas e reativar o investimento. A taxa de investimento atual, situada em 17% do PIB, é considerada muito baixa para sustentar um crescimento robusto da economia. Para ele, o próximo governo terá que demonstrar como conseguirá desacelerar o crescimento do gasto público, o que, segundo ele, contribuiria para a redução da inflação e abriria espaço para cortes na taxa de juros.

Embora recentes avanços fiscais tenham sido reconhecidos, Mansueto observou que eles podem ser insuficientes para conter uma deterioração estrutural. Com um déficit nominal projetado de 8,4% do PIB, o Brasil deve terminar a gestão atual com um dos piores resultados do mundo. Essa situação exigirá medidas urgentes para estabilizar a economia e promover um crescimento sustentável.

Em suma, a valorização do Ibovespa em 2025, embora otimista, deve ser considerada com cautela, dado o panorama global e os desafios internos que a economia brasileira ainda enfrenta.

Fonte: www.moneytimes.com.br

Fonte: Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual

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