Documento apresenta 15 propostas de justiça climática para a Conferência da ONU
Cúpula dos Povos finaliza com carta à ONU contendo 15 propostas de 65 países sobre justiça climática.
Cúpula dos Povos e suas propostas para a ONU
A Cúpula dos Povos, realizada em Belém, encerrou no domingo (16) com a entrega de uma carta aberta à Conferência da ONU sobre Mudança do Clima. O evento contou com a participação de deputados que enfatizaram a necessidade de que as contribuições feitas durante a cúpula sejam consideradas nas decisões globais. A carta contém 15 propostas elaboradas por 1,1 mil organizações da sociedade civil de 65 países, destacando a urgência de ações em prol da justiça climática.
Propostas destacadas no documento
Entre as principais propostas apresentadas, destacam-se o fim da exploração de combustíveis fósseis, a reparação de perdas e danos causados a comunidades afetadas por projetos de energia e mineração, e a gestão popular das políticas climáticas nas cidades. A deputada Duda Salabert (PDT-MG), presidente da Subcomissão Especial da Comissão de Meio Ambiente da Câmara sobre a COP30, ressaltou a importância do protagonismo de indígenas e comunidades tradicionais nas discussões sobre justiça climática.
Desafios nas negociações climáticas
Duda Salabert também manifestou sua preocupação com os avanços limitados da COP30, citando impasses entre países ricos e pobres e a influência do lobby dos combustíveis fósseis nas negociações. Em suas redes sociais, a deputada destacou que é fundamental que o Brasil busque avanços em questões como financiamento climático e critérios para medir as injustiças climáticas.
A Marcha Global pelo Clima
A Cúpula dos Povos, que acontece desde a Eco-92, é considerada um evento paralelo essencial às conferências climáticas. Este ano, o evento contou com a presença de 25 mil credenciados e promoveu a Marcha Global pelo Clima, onde os participantes expressaram suas demandas e exigências em relação às políticas climáticas. Duda Salabert comentou sobre a importância de ouvir as vozes das ruas, afirmando que “as ruas de Belém deixaram claro: a paciência acabou”.
Mobilização e apoio parlamentar
O deputado Nilto Tatto (PT-SP), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, acompanhou a mobilização e destacou que a participação da Cúpula dos Povos busca influenciar o debate global sobre a crise climática. Ele enfatizou que não é possível enfrentar essa crise sem abordar a desigualdade existente. Segundo Tatto, a solução para o colapso climático reside nos movimentos sociais e nas vozes dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos.
Críticas ao modelo de produção
A carta final do evento também critica a relação entre a crise climática e o modelo de produção capitalista, condenando a privatização e a mercantilização de bens comuns. O presidente da COP30, embaixador André Correa do Lago, participou da solenidade de encerramento e ressaltou a necessidade de ouvir a ciência e os povos para avançar nas discussões climáticas.
Conclusão
A Cúpula dos Povos reafirma a importância do diálogo entre os diversos setores da sociedade na busca por soluções efetivas para as questões climáticas. A mobilização social e a articulação entre as comunidades são fundamentais para influenciar as decisões que impactam o futuro do planeta.
Fonte: www.camara.leg.br
Fonte: Agência Brasil