A fala ofensiva do presidente gera reações de jornalistas e defensores dos direitos das mulheres
Presidente dos EUA é criticado por usar linguagem depreciativa contra jornalista durante evento.
Trump chama repórter de piggy e enfrenta críticas
Na última sexta-feira, durante uma interação no Air Force One, Donald Trump se referiu à repórter da Bloomberg, Catherine Lucey, como “piggy”. Essa expressão depreciativa provocou uma onda de críticas, com jornalistas e defensores dos direitos das mulheres apontando que tal linguagem é uma tentativa de silenciar vozes femininas no jornalismo.
A interação aconteceu enquanto Lucey aproveitava uma oportunidade de pergunta para discutir o escândalo de Jeffrey Epstein e a possibilidade de liberação dos arquivos relacionados ao caso. Ao questioná-lo sobre seu comportamento, Trump interrompeu-a de maneira desdenhosa, chamando-a de “piggy” e pedindo que ela ficasse em silêncio.
Reações de jornalistas e defensores dos direitos das mulheres
A fala de Trump não passou despercebida. O âncora da CNN, Jake Tapper, descreveu o comentário como “desagradável e completamente inaceitável”. Outras vozes, como a da ex-apresentadora da Fox News, Gretchen Carlson, também expressaram indignação, rotulando o comentário como “degradante”.
Catherine Lucey, ao ser questionada sobre o incidente, remeteu a resposta a representantes de sua organização, a Bloomberg News, que não se manifestaram publicamente. A Associação de Correspondentes da Casa Branca, conhecida por defender jornalistas agredidos por Trump, também não comentou sobre o ocorrido.
Histórico de insultos de Trump
O insulto dirigido a Lucey segue um padrão de comportamento de Trump em relação a mulheres jornalistas. Em 1996, Alicia Machado, vencedora do Miss Universo, relatou que Trump a chamou de “Miss Piggy”. Além disso, em 2018, a correspondente da Casa Branca, April Ryan, foi chamada de “Miss Piggy” por uma funcionária da administração Trump, que posteriormente pediu desculpas.
Ryan, em uma entrevista, comentou que a atitude de Trump é indigna da presidência e reflete sua frustração com as questões relacionadas a Epstein. Ela incentivou Lucey a continuar fazendo perguntas desafiadoras, afirmando que a repórter agiu corretamente e que Trump estava tentando intimidá-la.
A resposta da Casa Branca
Em resposta ao incidente, um funcionário da Casa Branca tentou culpar Lucey, alegando que ela se comportou de maneira “inapropriada e não profissional”. No entanto, não foram apresentados detalhes ou evidências que sustentassem essa alegação. A falta de uma resposta clara sobre o que teria sido inadequado apenas aumenta a controvérsia em torno do comentário de Trump.
Conclusão
A atitude de Trump ao chamar uma repórter de “piggy” não é um caso isolado, mas parte de um padrão mais amplo de ataques a mulheres no jornalismo. Especialistas em direitos das mulheres, como Elisa Lees Muñoz do IWMF, destacaram que tais insultos não apenas deslegitimam o trabalho das jornalistas, mas também criam um ambiente hostil que pode desencorajar outras mulheres a fazerem perguntas difíceis. A necessidade de um discurso respeitoso e profissional é fundamental para a integridade do jornalismo e da democracia.
Fonte: www.theguardian.com
Fonte: Roberto Schmidt/Getty Images