Estudo revela como formigas invasoras enganam operárias para eliminar a rainha verdadeira
Pesquisadores descobriram como formigas parasitas enganam operárias para tomar o controle de suas colônias.
Pesquisadores da Universidade de Kyushu, no Japão, descobriram que formigas parasitas, como a Lasius orientalis e a Lasius umbratus, podem invadir colônias de outras espécies, enganando as operárias para que estas eliminem suas rainhas verdadeiras. O estudo, liderado pelo biólogo Keizo Takasuka e publicado na revista Current Biology em 17 de novembro de 2025, revela um comportamento fascinante de manipulação social entre os insetos.
O estelionato animal das formigas
As formigas parasitas utilizam uma tática astuta que envolve a liberação de ácido fórmico na rainha legítima, instigando as operárias a atacá-la, acreditando que ela é uma invasora. O comportamento das operárias, que normalmente protege a rainha, muda drasticamente quando a invasora utiliza essa estratégia de engano. Essa técnica de manipulação é uma forma de estelionato animal, onde a parasita não apenas engana, mas também controla o comportamento das formigas operárias.
O processo de invasão e dominação
Para se infiltrar nas colônias, a formiga parasita precisa primeiro adquirir o cheiro das operárias e do ninho. Nos experimentos realizados pelos pesquisadores, as formigas invasoras foram colocadas junto a operárias e casulos, permitindo que elas se camuflassem com o odor local. Essa camuflagem é crucial, pois a visão das formigas é limitada, e elas dependem fortemente de odores para reconhecimento social.
Uma vez aceitas pelas operárias, as formigas parasitas se aproximam da rainha. Elas borrifam fluido abdominal na rainha verdadeira, provocando um ataque das operárias contra sua própria mãe. Se a rainha não for eliminada imediatamente, a invasora repete o ataque até que a rainha seja morta e desmembrada, permitindo que a parasita assuma o controle do ninho.
Consequências do matricídio
Após eliminar a rainha, a formiga parasita assume o trono e começa a colocar seus próprios ovos. As operárias, enganadas pela estratégia da invasora, passam a cuidar da nova prole, que é composta apenas por descendentes da parasita. Este comportamento, conhecido como matricídio, é incomum na natureza e levanta questões sobre a complexidade das interações sociais entre as espécies de formigas.
Futuras investigações
Os pesquisadores estão interessados em explorar se esse tipo de estelionato animal se aplica a outras espécies de insetos. O estudo não apenas contribui para o entendimento da dinâmica social das formigas, mas também abre portas para novas investigações sobre a manipulação social em outros grupos de insetos. A pesquisa destaca a complexidade e a inteligência surpreendente de criaturas que, à primeira vista, podem parecer simples em suas interações.
Dessa forma, as formigas parasitas não apenas se infiltram em colônias alheias, mas também demonstram uma estratégia de sobrevivência que desafia o entendimento convencional sobre comportamento social no reino animal.
Fonte: www.metropoles.com
Fonte: Divulgação/Keizo Takasuka/Universidade de Kyushu