CPMI ouve depoente que admite vínculos, mas evita esclarecer transferências milionárias

Agência Senado

Durante o depoimento, Cecília Rodrigues Mota reconheceu conexões com investigados, mas se calou sobre detalhes financeiros.

Cecília Rodrigues Mota admitiu vínculos com investigados, mas optou pelo silêncio em questões financeiras na CPMI do INSS.

No dia 18 de novembro de 2025, a CPMI do INSS ouviu a advogada Cecília Rodrigues Mota, que confirmou vínculos com pessoas investigadas, mas optou por não esclarecer detalhes sobre movimentações financeiras significativas. Em seu segundo depoimento, Cecília, ex-presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen), foi questionada sobre sua atuação e as transferências de milhões de reais, mas se manteve em silêncio em vários momentos importantes.

Contexto do depoimento na CPMI do INSS

Cecília Rodrigues Mota apresentou-se amparada por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal e, embora tenha afirmado que utilizaria seu direito ao silêncio, respondeu a algumas perguntas feitas pelo relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). A advogada criticou a cobertura da mídia, alegando que suas rendas provêm exclusivamente de sua atuação profissional, sem origem ilícita. No entanto, sua defesa não convenceu muitos dos parlamentares presentes.

Questionamentos sobre movimentações financeiras

Durante o depoimento, o relator Alfredo Gaspar questionou Cecília sobre sua presidência na AAPB e na Aapen, instigando-a sobre transferências financeiras que totalizavam milhões. Uma das perguntas mais impactantes foi sobre repasses que somavam mais de R$ 4 milhões para Eric Fidelis, filho de um ex-diretor do INSS. Cecília preferiu não responder, alegando não querer prejudicar as investigações em curso.

Relações com outros investigados e silêncio

Cecília também admitiu conhecer vários outros nomes ligados ao INSS, mas novamente se esquivou de detalhes, afirmando que suas relações eram meramente institucionais. O relator mencionou transferências para a esposa de um procurador do INSS, mas Cecília reiterou seu silêncio. Em diferentes momentos, ela afirmou não ter acesso às provas e alegou que aguardaria os desdobramentos legais.

Aquisições e evolução patrimonial

Alfredo Gaspar também levantou questões sobre a evolução patrimonial de Cecília, que passou de um Ford Ka em 2020 para dois Mustangs avaliados em mais de R$ 350 mil. Cecília confirmou as aquisições, mas disse que foram pagos com recursos de sua atuação como advogada. Ela se defendeu de acusações relacionadas a viagens internacionais, negando a realização de 33 viagens, afirmando que o número real era inferior a oito.

Conclusão e repercussão do depoimento

O relator da CPMI destacou que as movimentações financeiras atribuídas a Cecília, somadas, ultrapassam R$ 20 milhões, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro. O depoimento da advogada gerou uma série de discussões sobre a legalidade e a ética de suas operações. A CPMI continua a investigar as conexões e as finanças dos envolvidos, buscando esclarecer as complexas relações e transações que envolvem o INSS e seus ex-dirigentes.

Em resumo, o depoimento de Cecília Rodrigues Mota, embora tenha trazido à tona suas conexões com investigados, deixou muitas perguntas sem resposta, aumentando as tensões sobre as investigações em andamento.

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