Deputado destaca falta de diálogo do Executivo durante aprovação do PL Antifacção
Derrite critica governo por falta de diálogo após aprovação do PL Antifacção.
Derrite 100% à disposição: críticas ao governo federal
O relator do PL (Projeto de Lei) Antifacção, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), destacou, após a aprovação de seu texto substitutivo nesta terça-feira (18), que esteve “100% à disposição para o diálogo”. Contudo, ele lamentou que não foi procurado por membros do governo federal para discutir o assunto.
Em discurso na tribuna, Derrite afirmou: “Estive 100% à disposição do diálogo desde o início. Sofri vários ataques com falsas narrativas que não se sustentam”. O projeto agora segue para o Senado Federal, onde poderá ser debatido em maiores detalhes.
Críticas à falta de diálogo do governo
Momentos após a votação, em entrevista coletiva, o deputado ressaltou que buscou diálogo com todos, mas que o governo não demonstrou intenção de discutir a proposta. “Queria politizar, escolheu distorcer e atacar, preferiu criar mentiras e falsas narrativas, ao invés de discutir soluções para um problema tão sério para o Brasil”, disparou.
Derrite criticou a administração federal, afirmando que em nenhum momento pensou no povo e que as ações visavam apenas “conseguir cortes para lacrar nas redes sociais”. Ele completou dizendo que o governo tentou barrar a evolução do projeto ao enviar um texto que considerou “fraco e benevolente com o crime organizado”.
Reunião com ministros e a atuação do governo
O parlamentar admitiu que optou por não comparecer à reunião com os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) na mesma data, justificando que o Executivo teve mais de 15 dias para debater o texto e não o procurou. Ele afirmou ter ouvido membros do governo de forma não oficial, especialmente da Secretaria da Fazenda, que, segundo ele, também não tinha sido atendida pelo Ministério da Justiça.
Descontentamento do governo e versões do relatório
A nomeação de Derrite como relator e sua atuação desagradaram o governo Lula, e a falta de consenso em torno do texto levou o deputado a apresentar seis versões do relatório. Essas alterações geraram acusações de que ele estaria tentando atacar a autonomia da Polícia Federal (PF) e de ameaçar a soberania nacional.
Derrite, que é secretário licenciado de Segurança Pública do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou à Câmara especialmente para relatar essa proposta. A situação em torno do PL Antifacção revela a complexidade do diálogo entre os poderes e as tensões políticas atuais no Brasil.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br