Mudanças no PL Antifacção reforçam o poder do governo e desafiam o presidente da Câmara.
Davi Alcolumbre escolhe relator moderado para o PL Antifacção, criando um novo desafio para Hugo Motta.
PL Antifacção: Novo cenário político se desenha
Em 20 de novembro de 2025, a escolha do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por um relator moderado para o PL Antifacção se destaca como um movimento estratégico que não apenas favorece o governo Lula, mas também impõe um novo revés ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Essa decisão poderá alterar significativamente o rumo da proposta, que visa o combate às facções criminosas no Brasil.
A escolha de Alessandro Vieira como relator
O relator selecionado por Alcolumbre é Alessandro Vieira (MDB-SE), um nome que traz consigo a expectativa de uma abordagem mais conciliadora. Fontes próximas ao processo afirmam que essa escolha foi feita em diálogo com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. O projeto original, que busca endurecer penas contra facções, é uma prioridade do Planalto e as modificações esperadas têm o potencial de agradar tanto o governo quanto a base moderada.
Implicações para o presidente da Câmara
As alterações propostas por Vieira poderão obrigar a Câmara a reavaliar o PL Antifacção, evidenciando as modificações feitas por Motta e sua base, o que poderá ser usado pelo governo como munição em debates futuros. A ideia é que essas mudanças sejam vistas como uma oportunidade para o PT reafirmar sua posição no debate público, especialmente após a polêmica gerada pela tramitação anterior do projeto.
O impacto das mudanças propostas
O relator Alessandro Vieira indicou que manterá o foco no endurecimento das penas, mas que também irá considerar a importância do orçamento da Polícia Federal, além de avaliar restrições à atuação da Receita. Essas alterações são cruciais, pois buscam preservar a autonomia das instituições envolvidas no combate ao crime organizado, contrastando com a abordagem anterior do relator na Câmara, Guilherme Derrite (PP-SP).
Uma nova disputa política
A dinâmica entre Alcolumbre e Motta pode ser vista como um reflexo das tensões políticas atuais. O PT já começou a se mobilizar, rotulando as mudanças feitas na Câmara como “PL da Bandidagem” e preparando o terreno para reedições de campanhas anteriores que não prosperaram. O desafio para Motta agora é manter a coesão em sua base, ao passo que a articulação política do governo se fortalece com a nova configuração proposta por Alcolumbre.
Conclusão
Essas movimentações em torno do PL Antifacção não são apenas sobre a proposta em si, mas sim sobre as relações de poder no Congresso Nacional. Com a escolha de Vieira, Alcolumbre posiciona-se como um agente ativo na política, buscando um equilíbrio que beneficie o governo e ao mesmo tempo desafie a liderança de Motta. A expectativa é que novas reviravoltas ocorram à medida que o projeto avança, refletindo a complexidade do cenário político brasileiro.