Karoline Leavitt defende comentários do presidente em meio a críticas
A Casa Branca defende Trump após insulto a jornalista, gerando polêmica e condenação.
A defesa da Casa Branca após insulto de Trump a jornalista
Na última quinta-feira, a Casa Branca, por meio da porta-voz Karoline Leavitt, defendeu o presidente Donald Trump após ele chamar uma correspondente da Bloomberg de “piggy”. Este insulto ocorreu durante uma coletiva a bordo do Air Force One e gerou uma onda de críticas tanto de jornalistas quanto de organizações de mídia.
Durante a coletiva, Leavitt afirmou que Trump “chama a atenção para as fake news quando as vê” e expressou que o presidente é frustrado com repórteres que disseminam informações falsas. No entanto, não ficou claro a que informações ou notícias falsas Trump estava se referindo ao insultar a jornalista Catherine Lucey. O comentário de Trump surgiu em resposta a uma pergunta sobre o escândalo de Jeffrey Epstein e a liberação de arquivos relacionados ao caso.
Repercussão e condenação
O insulto rapidamente atraiu a indignação de muitos na imprensa. O âncora da CNN, Jake Tapper, descreveu o comentário como “desagradável e completamente inaceitável”, enquanto a ex-âncora da Fox News, Gretchen Carlson, também condenou a declaração, caracterizando-a como “degradante”. Além disso, houve uma forte crítica da Sociedade de Profissionais de Jornalismo, que enfatizou que esses incidentes fazem parte de um padrão de hostilidade dirigido, muitas vezes, a jornalistas mulheres.
Leavitt defendeu Trump, afirmando que sua reeleição se deu em parte por sua franqueza e que a mídia deveria valorizar a disponibilidade do presidente em responder perguntas de forma frequente. Contudo, a falta de especificidade sobre o que constituiu a “fake news” mencionada deixou muitos questionando a legitimidade da defesa da Casa Branca.
O padrão de hostilidade contra jornalistas
Nos últimos dias, Trump também fez comentários desfavoráveis sobre outra jornalista, Mary Bruce, da ABC News. Durante uma interação no Salão Oval, Trump disse a Bruce que ela era uma “pessoa terrível” após ela questionar sobre a liberação dos arquivos de Epstein e a postura do presidente em relação ao tema.
Esses episódios levantam preocupações sobre o tratamento dado a jornalistas, especialmente mulheres, no atual clima político. A diretora executiva da Sociedade de Profissionais de Jornalismo, Caroline Hendrie, destacou que os ataques verbais a repórteres não devem ser tolerados e que as ações de líderes nos EUA têm repercussões globais em relação aos direitos humanos e à liberdade de expressão.
O impacto no discurso público
A retórica de Trump, frequentemente agressiva e desdenhosa em relação à mídia, tem suscitado debates sobre a liberdade de imprensa nos Estados Unidos. A defesa de Leavitt, embora tente justificar os insultos como parte de um combate às notícias falsas, não apaga as preocupações sobre o respeito e a dignidade que devem ser garantidos a todos os jornalistas. A normalização de insultos e hostilidades pode ter efeitos duradouros no ambiente de trabalho da mídia e na confiança do público nas informações que recebem.
Essa situação ilustra um momento crítico na política americana, onde a interação entre o governo e a mídia está mais tensa do que nunca. A resposta da Casa Branca e as reações subsequentes podem sinalizar a direção futura das relações entre o presidente e a imprensa, um aspecto crucial para a democracia e a transparência governamental.
Fonte: www.theguardian.com
Fonte: Roberto Schmidt/Getty Images