Condomínio de Bolsonaro retoma a normalidade após período conturbado

Especial Metrópoles @LuisGustavoNova

Após a prisão domiciliar do ex-presidente, vizinhança volta a ter um cotidiano mais tranquilo

Após 100 dias de prisão domiciliar, o condomínio de Bolsonaro vive um retorno à rotina sem tensões.

Condomínio de Bolsonaro e a retomada da normalidade

No dia 21 de novembro de 2025, após mais de 100 dias de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Condomínio Solar de Brasília, localizado no Jardim Botânico, volta a ter um cotidiano mais tranquilo. A presença constante de apoiadores, integrantes da oposição e da imprensa, que marcaram semanas agitadas, praticamente desapareceu.

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto, uma medida determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o ex-presidente descumprir medidas cautelares. A participação de Bolsonaro em uma manifestação bolsonarista no Rio de Janeiro, divulgada por seus filhos nas redes sociais, foi um dos fatores que levaram a essa decisão.

O impacto das manifestações na rotina dos moradores

Nos primeiros dias da prisão de Bolsonaro, o condomínio vivenciou intensas manifestações, com a presença de apoiadores e opositores, resultando em uma alteração significativa na rotina dos moradores. Com o passar do tempo, os protestos foram diminuindo, e a vida no condomínio começou a voltar ao normal. Maria Amélia, proprietária da confeitaria Maria Amélia Doces, comentou que o comércio não sofreu prejuízos significativos: “Viramos ponto turístico para quem queria conhecer o ‘condomínio do Bolsonaro'”.

Ela também ressaltou que o afastamento dos clientes ocorreu apenas durante os conflitos entre apoiadores e opositores. Com a normalização, os moradores passaram a lidar com a situação de maneira mais tranquila. “A Michelle é um exemplo de fé para todos nós”, declarou Maria Amélia, referindo-se à ex-primeira-dama e sua importância como símbolo de resiliência para os apoiadores.

Preocupações e expectativas dos moradores

Embora a normalidade tenha voltado, alguns moradores ainda expressam preocupações. Natália Magalhães, de 26 anos, comentou sobre as dificuldades de trânsito que surgiram durante as manifestações. “Com o passar dos dias, a segurança não era um problema, mas o trânsito era complicado”, afirmou.

Matheus Godoi, de 28 anos, compartilha sua apreensão em relação ao futuro, especialmente após a expectativa de uma decisão sobre a prisão definitiva de Bolsonaro. “Esperamos que a comoção popular não interfira na vida dos moradores”, disse Godoi, enfatizando que a imagem do condomínio e a privacidade dos residentes foram afetadas pela cobertura midiática constante.

Reflexões sobre a vida no condomínio

Os moradores têm experiências variadas com a nova normalidade. Enquanto alguns se sentem aliviados pela paz restaurada, outros lamentam a falta de manifestações. Maria Amélia, por exemplo, expressou sua revolta com a calmaria: “Para mim, há três anos, a vida deixou de ser normal. Eu quero voltar a ver isso aqui cheio”.

O condomínio, que se tornou um símbolo político, agora enfrenta o desafio de equilibrar a vida cotidiana com as repercussões das ações de seu morador mais famoso. Com o olhar atento da imprensa e a expectativa de novos desdobramentos judiciais, a vida no Condomínio Solar de Brasília continua a ser um microcosmo da política brasileira contemporânea.

PUBLICIDADE

VIDEOS

Relacionadas: