O que é narcoterrorismo e qual sua relação com o Brasil

Arte Metrópoles

Entenda a origem do termo e seu impacto nas discussões de segurança pública

O termo 'narcoterrorismo' voltou ao debate no Brasil após a tramitação de um projeto de lei. Entenda sua origem e implicações.

O que é narcoterrorismo?

O termo ‘narcoterrorismo’ voltou ao centro das discussões sobre segurança pública no Brasil, especialmente após a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro em 28 de outubro de 2025. Com a tramitação do PL Antifacção (Projeto de Lei nº 5582/25), que foi aprovado na Câmara dos Deputados em 18 de novembro, a questão se tornou ainda mais relevante. O projeto buscava equiparar facções criminosas a grupos terroristas, mas essa proposta não foi incluída no texto final.

Origem do termo e sua aplicação

A expressão ‘narcoterrorismo’ foi criada na década de 1980 pelo então presidente peruano Fernando Belaúnde Terry. Jorge Pontes, delegado da Polícia Federal e consultor em segurança pública, explica que o termo surgiu em um contexto de associação entre narcotraficantes e o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso, que financiava suas ações terroristas com lucros do tráfico de cocaína. Essa associação é vista como um fenômeno específico do Peru e, posteriormente, da Colômbia, onde as FARC se uniram a traficantes de drogas para potencializar suas operações.

Facções criminosas no Brasil: terrorismo ou crime organizado?

Ao serem questionados sobre a equiparação de facções como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital a grupos terroristas, Pontes argumenta que essas facções não possuem objetivos políticos, mas sim o desejo de lucro. Ele destaca que a tomada de territórios no Rio de Janeiro, embora represente um desafio à autoridade, não se caracteriza como ato terrorista. Segundo ele, essas organizações buscam enriquecer seus membros, e não derrubar o governo.

Implicações do debate sobre narcoterrorismo

Este debate traz à tona a questão de como o governo lida com a criminalidade. Pontes alerta que a tentativa de equiparar facções a organizações terroristas pode aumentar a letalidade das ações policiais, uma vez que o combate ao terrorismo é geralmente realizado com maior rigor. Isso levanta preocupações sobre possíveis intervenções estrangeiras no Brasil e sanções internacionais, como mencionado por autoridades governamentais. A ministra Gleisi Hoffmann, por exemplo, expressou a oposição do governo a essa equiparação, ressaltando os riscos de se abrir espaço para intervenções externas.

Conclusão

O termo ‘narcoterrorismo’ e sua aplicação no contexto brasileiro refletem um debate complexo sobre segurança pública, criminalidade e políticas governamentais. Embora o termo tenha origens específicas em contextos de violência extrema, sua aplicação no Brasil suscita discussões sobre a natureza do crime organizado e suas implicações para a sociedade. A abordagem sobre como lidar com facções criminosas e a possibilidade de intervenções estrangeiras continuam a ser tópicos cruciais em um cenário de crescente preocupação com a segurança pública.

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