Nova portaria visa inibir linguagem racista e promover respeito à diversidade
A AGU lista 17 expressões racistas para serem banidas em documentos oficiais.
A Advocacia-Geral da União (AGU) lançou uma nova portaria visando a eliminação de expressões racistas em documentos oficiais. A iniciativa foi assinada pela procuradora-geral federal, Adriana Maia Venturini, no Dia da Consciência Negra, 20 de novembro. O objetivo principal é inibir o uso de linguagem que perpetue preconceitos históricos e que possa desumanizar indivíduos com base em sua raça, cor ou etnia.
Diretrizes para uma linguagem respeitosa
A portaria, publicada no Diário Oficial da União, define que a linguagem racista é aquela que reforça estereótipos ou associações negativas em relação a grupos raciais. O texto enfatiza a importância do uso de uma comunicação que respeite a diversidade, evitando expressões que possam ser consideradas ofensivas ou depreciativas.
Lista de expressões a serem banidas
Com a intenção de promover uma mudança significativa na forma como as comunicações oficiais são feitas, a AGU apresentou uma lista de 17 expressões que devem ser evitadas. Essas expressões incluem termos que não apenas ofendem, mas que também evocam violências e hierarquias raciais. Entre os exemplos estão:
- “a coisa está preta”;
- “baianada”;
- “boçal e seu derivado: boçalidade”;
- “cor de pele” (para se referir a tons de bege);
- “denegrir”;
- “dia de branco”;
- “escravo” (substituído por “pessoa escravizada”);
- “humor negro” (deve ser substituído por “humor ácido” ou “humor macabro”);
- “índio” (deve ser substituído por “indígena”);
- “lista negra” (sugerindo “lista restrita” ou “lista suja”);
- “magia negra”;
- “meia-tigela”;
- “mercado negro” (deve ser mudado para “mercado ilícito”);
- “mulato” e “mulata”;
- “não sou tuas negas”;
- “ovelha negra”;
- “samba do crioulo doido”.
Essas mudanças são vistas como um passo importante para eliminar a linguagem que reforça a discriminação racial, promovendo um ambiente mais inclusivo e respeitoso.
Repercussão e importância
A iniciativa da AGU é um reflexo do crescente reconhecimento da importância de uma linguagem que respeite todas as identidades. Ao banir expressões racistas, a AGU busca não apenas melhorar a comunicação interna, mas também dar um exemplo à sociedade sobre a necessidade de respeito e igualdade. Além disso, essa ação está alinhada com o compromisso do governo em combater a discriminação e promover direitos humanos.
Conclusão
A proposta da AGU representa um avanço significativo na luta contra o racismo e na promoção de uma linguagem mais respeitosa. A mudança não se limita a palavras, mas se estende a uma mudança cultural necessária para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Com essa nova diretriz, espera-se que outras instituições sigam o exemplo, contribuindo para a erradicação de expressões que perpetuam o racismo em todos os âmbitos da sociedade.