Estudo revela que a desigualdade nas tarefas domésticas impacta decisões sobre maternidade
Estudo revela que a queda na taxa de natalidade está ligada à desigualdade nas tarefas domésticas.
Queda na taxa de natalidade e suas causas
A queda na taxa de natalidade é uma questão que vem sendo discutida em todo o mundo, com dados alarmantes apontando que em 55% dos países a taxa de fertilidade já caiu para menos de 2,1 filhos por mulher. Este fenômeno, segundo a professora Claudia Goldin, vencedora do Prêmio Nobel de Economia de 2023, não se resume somente a questões econômicas, mas envolve também a dinâmica das responsabilidades dentro do lar.
Goldin, em seu trabalho “Bebês e Macroeconomia”, destaca que a desigualdade nas tarefas domésticas é um dos principais fatores que estão por trás do adiamento da maternidade. Enquanto as mulheres buscam igualdade e progresso em suas carreiras, muitos homens ainda mantêm posturas tradicionais em relação ao lar, onde a divisão de responsabilidades é desequilibrada. Isso gera um conflito real quando o casal decide ter filhos, pois as expectativas sobre quem cuidará da criança e realizará as tarefas da casa recaem desproporcionalmente sobre as mulheres.
O impacto da desigualdade nas tarefas domésticas
A desigualdade nas tarefas é um dos pontos mais críticos abordados por Goldin. Dados da Oxfam mostram que 53,1% das mulheres realizam tarefas como lavar roupas, enquanto apenas 13,3% dos homens fazem o mesmo. Esse desequilíbrio se reflete em outras atividades, como a limpeza da casa e a preparação de refeições. A professora argumenta que, após o nascimento de um filho, as mulheres tendem a aumentar significativamente o tempo dedicado a essas atividades, enquanto os homens muitas vezes diminuem sua participação.
Esse cenário é mais acentuado em países desenvolvidos, onde as mulheres gastam em média 4,1 horas por dia em tarefas domésticas, em comparação a menos de 2 horas dos homens. Para Goldin, essa disparidade é um dos fatores que desincentivam os casais a terem filhos, pois as mulheres percebem que, além do custo financeiro, a carga de trabalho no lar se torna insustentável.
A necessidade de mudança cultural e política
Goldin propõe que, para que as taxas de natalidade aumentem, é fundamental que haja uma mudança cultural que valorize a paternidade de forma semelhante ao que foi feito com a maternidade no passado. Ela sugere que sociedades que desejam incentivar nascimentos devem glorificar o papel do pai, transformando a paternidade em uma responsabilidade comum e compartilhada. Isso requer não apenas um esforço individual, mas também políticas públicas que promovam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, além de uma reavaliação das normas sociais sobre gênero.
Conclusão: Um futuro com mais igualdade
A análise de Claudia Goldin destaca que a queda na taxa de natalidade está profundamente ligada à desigualdade nas responsabilidades domésticas. Para reverter essa tendência, é necessário que homens e mulheres compartilhem igualmente as tarefas do lar e que haja uma valorização da paternidade. Apenas assim, será possível criar um ambiente propício para o aumento das taxas de natalidade e garantir um futuro mais equilibrado para as novas gerações.
Fonte: www.purepeople.com.br