Dólar atinge R$ 5,40 com desvalorização das commodities e expectativa de corte de juros nos EUA

Agência

A alta da moeda americana é impulsionada por fatores internacionais e declarações do Federal Reserve

O dólar opera em alta de 1,18%, atingindo R$ 5,4015, influenciado pela queda das commodities e expectativas sobre juros nos EUA.

Em um movimento significativo no mercado financeiro, o dólar disparou para R$ 5,4015, com alta de 1,18% na tarde desta sexta-feira (21). A moeda americana alcançou uma máxima intradia de R$ 5,4317, a maior cotação desde agosto. Esse aumento é impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo a desvalorização das commodities e a crescente expectativa de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos.

O fortalecimento do dólar está alinhado com tendências externas, onde o DXY, um indicador que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta de divisas, apresentou leve alta de 0,02%, alcançando 100,181 pontos. No entanto, o real brasileiro perdeu força, refletindo o cenário desfavorável das commodities. O minério de ferro, por exemplo, teve uma queda de 0,32% na Bolsa de Dalian, enquanto o petróleo Brent fechou em US$ 62,56, com uma desvalorização de 1,29%.

Expectativas de cortes nos juros dos EUA

As expectativas em torno do Federal Reserve também desempenham um papel crucial na movimentação do câmbio. O presidente do Fed de Nova York, John Williams, afirmou que a instituição pode considerar cortes na taxa de juros em um futuro próximo. Durante um discurso em Santiago, no Chile, Williams ressaltou que a política monetária ainda é moderadamente restritiva, mas que há espaço para ajustes que possam aproximar a taxa de juros da neutralidade.

O diretor do Fed, Stephan Miran, corroborou essa expectativa, indicando que votaria a favor de um corte de 0,25% na próxima reunião do Fed, em dezembro. A ferramenta FedWatch, do CME Group, revelou que as chances de um corte de juros aumentaram para 69,7%, um salto significativo em relação aos 39,1% registrados anteriormente.

Impacto das tarifas sobre produtos brasileiros

Além do cenário monetário, a redução das tarifas sobre produtos agrícolas brasileiros importados pelos EUA, assinada pelo presidente Donald Trump, também afeta a relação comercial entre os países. O decreto suspendeu tarifas de 40% sobre 238 produtos, incluindo café e carne bovina, que são cruciais para as exportações brasileiras. No entanto, 22% das exportações permanecem sob tarifas, o que ainda gera preocupação entre os produtores locais.

Os produtos isentos representam cerca de 10% de todas as exportações brasileiras para os EUA, de acordo com o Goldman Sachs. A expectativa é que essa medida possa estimular um aumento nas exportações, mas os desafios persistem devido às tarifas ainda aplicáveis.

Conclusão

O cenário atual do dólar reflete a complexidade das interações econômicas globais. O impacto das políticas monetárias nos EUA, aliado à desvalorização das commodities, cria um ambiente volátil para a moeda brasileira. Assim, investidores e analistas devem monitorar atentamente as próximas declarações do Federal Reserve e os desdobramentos nas tarifas comerciais, que podem influenciar ainda mais o fluxo do câmbio nos dias seguintes.

Fonte: www.moneytimes.com.br

Fonte: Agência

PUBLICIDADE

VIDEOS

Relacionadas: