A jornalista reflete sobre sua trajetória e o impacto de suas obras na sociedade brasileira
Daniela Arbex reflete sobre sua trajetória como jornalista e sua contribuição para a memória coletiva do Brasil.
Daniela Arbex e sua missão de registrar a memória coletiva do Brasil
A jornalista e autora Daniela Arbex, 52, tem se destacado por sua contribuição à literatura brasileira, abordando temas de grande relevância social e histórica. Reconhecida pelo Prêmio Jabuti em 2025 pelo livro “Longe do Ninho”, Arbex se propõe a contar histórias que eternizam a memória coletiva do Brasil, como a tragédia que ocorreu em 8 de fevereiro de 2019, quando dez jovens da base do Flamengo perderam a vida em um incêndio no alojamento Ninho do Urubu.
Arbex reflete sobre seu papel como jornalista em uma entrevista, afirmando: “Na verdade, eu sempre digo que não é o jornalista que escolhe a história que ele vai contar. Muitas vezes, ele é escolhido pela história”. Essa conexão íntima com as narrativas que aborda é uma marca de seu trabalho, que busca não apenas informar, mas também humanizar as vítimas de tragédias.
O impacto de “Longe do Ninho” e suas implicações
O reconhecimento de Arbex pelo livro “Longe do Ninho” é significativo, especialmente considerando que ocorreu poucos dias após a absolvição dos réus no caso do incêndio, uma decisão que gerou indignação entre as famílias das vítimas. Ela destaca como a literatura pode servir como uma forma de resistência e resposta à injustiça, enfatizando: “Essa vitória é uma resposta das famílias à Justiça”. Para Arbex, o livro é um registro essencial que deve ser lembrado, independentemente das falhas do sistema judiciário.
A construção da memória coletiva e a importância do testemunho
Arbex se vê como uma “construtora da memória coletiva do Brasil”, um papel que ela leva a sério. Com seis livros publicados, ela procura dar voz a histórias que muitas vezes são silenciadas. Através de suas obras, ela busca reconstituir narrativas, honrando as memórias das vítimas e contestando versões oficiais que minimizam o sofrimento causado por tragédias. “A gente tem muitas histórias para contar no nosso país, que também precisa de representatividade”, afirma.
Desafios da pesquisa e da escrita
A escolha das histórias que Arbex decide contar é sempre guiada por uma conexão emocional. Ao abordar temas como o rompimento da barragem de Brumadinho e o incêndio na Boate Kiss, ela reconhece os desafios de lidar com histórias tão recentes e impactantes. “Existem muitos desafios em reconstituir o que aconteceu através de uma investigação rigorosa”, comenta, ressaltando a importância de se aproximar da verdade, mesmo que esta nunca seja absoluta.
A transição para o audiovisual
As adaptações de suas obras para o audiovisual têm proporcionado a Arbex uma nova plataforma para alcançar um público mais amplo. A série “Todo Dia a Mesma Noite”, baseada em seu livro sobre a Boate Kiss, alcançou sucesso internacional, evidenciando a relevância das histórias que conta. “A adaptação é uma oportunidade de contar as histórias para o maior número de pessoas”, ela afirma, destacando seu envolvimento nas produções como consultora criativa.
Futuro promissor: novos projetos à vista
Daniela Arbex está atualmente trabalhando em um novo livro que, segundo ela, abordará histórias que se desdobram em várias partes do mundo. Com planos de lançamento para 2026, ela permanece comprometida com sua missão de contar histórias que ressoam com a experiência humana, visando sempre a representatividade e a memória coletiva. “Estou aqui para construir nossa memória”, conclui, reafirmando seu papel vital na literatura contemporânea brasileira.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: A autora vencedora do Jabuti, Daniela Arbex • Divulgação