Entenda como as nações da região colaboram com operações militares americanas e suas implicações
Países da América Latina oferecem apoio à presença militar dos EUA no Caribe, com implicações políticas e sociais significativas.
Presença militar dos EUA no Caribe e apoio da América Latina
A presença militar dos EUA no Caribe, que exerce máxima pressão sobre o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, conta com crescente apoio logístico e diplomático de diversos países da região. Nações da América fornecem diferentes graus de apoio, desde o suporte declarado até aqueles que, pelo menos retoricamente, limitam sua colaboração com as forças americanas. Ataques a embarcações, que Washington alega transportarem drogas, já deixaram mais de 80 mortos, sem que a Casa Branca apresente qualquer prova para sustentar as afirmações. A seguir, veja quais países apoiam a presença militar dos EUA no Caribe.
Trinidad e Tobago: apoio explícito à presença militar
O apoio mais expressivo veio de Trinidad e Tobago, que fica a apenas 11 quilômetros da costa da Venezuela em seu ponto mais próximo. Quando os EUA iniciaram a presença militar em agosto, a primeira-ministra trinitária, Kamla Persad-Bissessar, declarou seu apoio total às manobras, que Washington afirma terem como objetivo combater o narcotráfico. Além disso, Persad-Bissessar alertou que, se a Venezuela atacasse a Guiana, país com o qual possui reivindicações territoriais, ela concederia acesso ao governo dos EUA para fins de defesa. Ao fazer isso, demonstrou sua disposição de abandonar a política de neutralidade que havia mantido por anos.
Guiana e a resposta a ameaças regionais
O governo guianense também endossou as manobras militares dos EUA, reafirmando seu apoio a uma abordagem colaborativa no combate ao crime organizado transnacional. Em um comunicado, o governo considerou com grave preocupação a ameaça à paz e à segurança na região, representada pelo crime organizado e narcoterrorismo. O chefe do Comando Sul dos EUA, Almirante Alvin Holsey, visitou a Guiana para discutir a aliança de defesa de longa data entre os dois países.
Exercícios militares em El Salvador e Panamá
Um avião de ataque da Força Aérea dos EUA foi avistado em El Salvador, na Base Cooperativa de Segurança de Comalapa, uma localização estratégica para a campanha americana no Pacífico. O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, mantém uma relação próxima com os EUA, embora não haja comentários específicos sobre a presença militar. Já no Panamá, o governo tem minimizado a situação, afirmando que as manobras militares são resultado de acordos bilaterais de cooperação, sem relação com a pressão sobre a Venezuela.
Reação da Venezuela e tensões regionais
O governo venezuelano, por sua vez, tem reagido com veemência à presença militar dos EUA na região. Nicolás Maduro classificou as ações dos EUA como provocativas e hostis, suspendendo acordos bilaterais com Trinidad e Tobago. As disputas territoriais com a Guiana se intensificaram, especialmente após o referendo de 2023 promovido por Maduro para criar o estado da Guiana Esequiba, uma área rica em petróleo que a Venezuela reivindica.
Outras nações da América Latina e apoio à estratégia dos EUA
Outros países fora do Caribe também demonstraram apoio à estratégia de pressão de Washington, como o Equador e o Paraguai, que designaram o Cartel de los Soles como uma ameaça. O governo argentino também se posicionou contra o narcotráfico, declarando o grupo uma organização terrorista. Essas ações revelam uma crescente convergência entre as políticas de segurança dos Estados Unidos e as nações da América Latina, à medida que as relações com a Venezuela se deterioram.
Considerações finais
A presença militar dos EUA no Caribe e o apoio de diversos países da América Latina levantam questões cruciais sobre a soberania regional e a dinâmica de poder na área. À medida que as tensões aumentam, a busca por uma abordagem colaborativa e integrada no combate ao crime organizado se torna cada vez mais relevante para a estabilidade da região.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: Grupo de Ataque do Porta-Aviões Gerald R. Ford da Marinha dos EUA • Tajh Payne