Itaú BBA rebaixa ações da Hapvida (HAPV3) e ajusta preço-alvo para R$ 22

Mudanças nas recomendações refletem novas perspectivas para a saúde financeira da empresa

Itaú BBA revisa recomendação da Hapvida, reduzindo preço-alvo e ajustando suas expectativas para a empresa.

Itaú BBA reavalia a Hapvida (HAPV3) e ajusta suas expectativas

O Itaú BBA, uma das principais instituições financeiras do Brasil, anunciou uma revisão significativa na recomendação para as ações da Hapvida (HAPV3). A empresa, que atua no setor de saúde, viu sua recomendação rebaixada de outperform (compra) para market perform (neutra). Essa mudança foi acompanhada por um ajuste drástico no preço-alvo, que caiu de R$ 66 para R$ 22.

Os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio explicaram que essa revisão foi motivada por resultados recentes que não corresponderam às expectativas. O lucro abaixo do esperado e a performance de indicadores-chave indicaram que as projeções anteriores não eram mais realistas para o curto prazo.

Desafios enfrentados pela Hapvida

A Hapvida está passando por uma fase de visibilidade limitada em suas projeções, principalmente devido a iniciativas contínuas para melhorar a percepção de qualidade de seus serviços. O aumento dos custos fixos e um ambiente competitivo cada vez mais desafiador, especialmente com a concorrência da Amil, têm pressionado os resultados da empresa. O banco adotou uma postura mais conservadora em relação às margens e ao crescimento esperado.

Além disso, a Hapvida está tentando recuperar sua participação de mercado em São Paulo, onde a concorrência se intensificou. A empresa tem investido em aumentar a utilização de seus serviços entre os beneficiários, mas esse movimento também elevou os custos por beneficiário. Os analistas destacam que essa estratégia, embora necessária, não trouxe os ganhos esperados devido ao retrocesso na lucratividade.

A expansão e seus custos

A Hapvida acelerou sua expansão no Sudeste, com a abertura de novos hospitais e clínicas ao longo do ano. Essa expansão, embora estratégica, aumentou os custos fixos, que deveriam ser diluídos por um crescimento mais forte no número de beneficiários. No entanto, essa meta não foi alcançada, levando a uma revisão das expectativas de crescimento da empresa.

A concorrência, especialmente a Amil, tem conquistado uma fatia significativa do mercado, dificultando ainda mais a recuperação da Hapvida. O produto “Bronze” da Amil, que possui forte reconhecimento de marca e uma rede verticalizada, tem se mostrado um sucesso, desafiando diretamente as ofertas da Hapvida.

Perspectivas e conclusão

Com as novas realidades de mercado, o Itaú BBA vê um cenário complicado para a Hapvida no curto prazo. A empresa não pode se dar ao luxo de perder mais beneficiários sem arriscar uma desalavancagem operacional. Por outro lado, cortar a utilização pode resultar em um aumento no churn e em litígios regulatórios.

Os reajustes de preços ainda são uma possibilidade, considerando as vantagens competitivas que a Hapvida possui em certos segmentos corporativos e regiões. Contudo, esses ajustes estão naturalmente limitados em um ambiente tão desafiador. A reavaliação feita pelo Itaú BBA representa uma mudança significativa nas expectativas dos investidores em relação à Hapvida, que agora precisa navegar por um futuro incerto em um mercado cada vez mais competitivo.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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