Líderes discutem crise climática e desafios globais sem a participação dos Estados Unidos
Líderes do G20 adotam declaração sem a participação dos EUA, abordando a crise climática e outros desafios globais.
G20 na África do Sul
A cúpula do G20 realizada na África do Sul neste sábado resultou na adoção de uma declaração que aborda a crise climática e outros desafios globais. A declaração foi elaborada sem a participação dos Estados Unidos, que se retirou do evento em um movimento considerado “vergonhoso” por um funcionário da Casa Branca. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, afirmou que não haverá renegociação do documento, que reflete um consenso entre os presentes.
A declaração e suas implicações
O texto adotado destaca a seriedade da mudança climática e a necessidade de adaptação a essa realidade. Além disso, elogia metas ambiciosas para aumentar o uso de energia renovável e menciona as dificuldades econômicas enfrentadas por países em desenvolvimento, que sofrem com altos níveis de endividamento. A menção à mudança climática representa um desdém ao presidente dos EUA, Donald Trump, que é cético em relação às evidências científicas sobre o aquecimento global e havia sinalizado que se oporia a qualquer referência ao tema.
Uma cúpula marcada por tensões
Durante a abertura do evento, Ramaphosa enfatizou a importância da declaração e a necessidade de não permitir que a ausência dos EUA diminuísse o impacto do primeiro G20 realizado na África. Essa postura contrastou com sua visita anterior à Casa Branca, onde Trump havia feito afirmações infundadas sobre a situação dos fazendeiros brancos na África do Sul. O presidente americano boicotou a cúpula alegando perseguição à minoria branca pelo governo da maioria negra.
Reações e posicionamentos
O ministro das Relações Exteriores da África do Sul, Ronald Lamola, afirmou que a cúpula do G20 não pode ser paralisada pela ausência de um dos membros. Ele ressaltou que os líderes presentes tomaram decisões que refletem o caminho que o mundo deve seguir, enfatizando a igualdade entre os membros do G20. Em paralelo, a comissária da UE, Ursula von der Leyen, alertou sobre a “armação de dependências” que cria perdedores, em referência às restrições de exportação da China sobre terras raras essenciais para a transição energética.
A presidência do G20
Com os EUA programados para sediar o G20 em 2026, Ramaphosa terá que transferir a presidência a um “cadeira vazia”. O governo sul-africano reiterou sua recusa à proposta de que um oficial de menor escalão dos EUA participasse da cerimônia de entrega da presidência. A porta-voz da presidência, Vincent Magwenya, deixou claro que o presidente não entregaria a liderança a um funcionário júnior, ressaltando que a decisão de boicotar o evento foi uma escolha dos EUA.
A cúpula do G20, portanto, não apenas enfrentou questões climáticas, mas também expôs as tensões geopolíticas em um mundo cada vez mais polarizado.
Fonte: www.cnn.com
Fonte: Agência