Presidente brasileiro destaca a necessidade de integrar avanços tecnológicos com direitos humanos durante a cúpula
Durante o G20, Lula destacou que avanço tecnológico deve incluir proteção aos trabalhadores.
Lula e a necessidade de um futuro justo no G20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do segundo dia da Cúpula do G20, realizada em Joanesburgo, África do Sul, neste domingo (23). Durante a sessão intitulada “Um Futuro Justo e Equitativo para Todos”, Lula defendeu a coexistência entre avanço tecnológico e inclusão social. Ele enfatizou que não pode haver um futuro equitativo sem assegurar oportunidades de trabalho e proteção ao trabalhador.
Em seu discurso, Lula afirmou: “Cada painel solar, cada chip, cada linha de código deve carregar consigo a marca da inclusão social. 40% dos trabalhadores do mundo estão em funções altamente expostas à inteligência artificial, correndo o risco de automação ou complementação tecnológica”. Essa afirmação evidencia a preocupação com o impacto da tecnologia sobre o emprego e a necessidade de criar pontes entre setores tradicionais e emergentes.
Crítica à exclusão gerada pela tecnologia
O presidente também destacou a importância de evitar um novo tipo de colonialismo, referindo-se ao controle das tecnologias digitais por uma minoria. Segundo ele, “quando poucos controlam os algoritmos, os dados e as infraestruturas atreladas aos processos econômicos, a inovação passa a gerar exclusão”. Essa perspectiva critica a concentração de poder nas mãos de grandes empresas tecnológicas que podem marginalizar trabalhadores e comunidades inteiras.
Lula reforçou que o Brasil está comprometido em colaborar com os debates sobre inteligência artificial, avanço tecnológico e direitos trabalhistas. “É preciso reforçar a cooperação multilateral na promoção do trabalho decente, reafirmando nosso compromisso com os princípios e normas da OIT (Organização Internacional do Trabalho)”.
A ausência dos Estados Unidos e suas implicações
A Cúpula do G20 deste ano foi marcada por um fato inédito: a ausência dos Estados Unidos, que levanta questionamentos sobre o futuro do bloco. Mesmo sem a presença do presidente Donald Trump, os líderes do G20 conseguiram aprovar uma declaração que defende o combate às mudanças climáticas e condena as disparidades econômicas e sociais.
Lula endossou a aprovação do texto e alinhou-se a posições similares de outros grandes países em desenvolvimento, enfatizando a necessidade de um esforço conjunto para enfrentar as crises globais. No evento, Lula criticou o protecionismo e a falta de multilateralismo, afirmando que o G20 deve trabalhar para resolver conflitos em regiões como Sudão, Ucrânia e Gaza. Ele ainda propôs que a desigualdade seja declarada uma emergência global.
Conclusão
A participação de Lula na Cúpula do G20 reflete uma tentativa de reposicionar o Brasil no cenário internacional, defendendo uma agenda que une tecnologia e inclusão social. O presidente, ao abordar essas questões, busca não apenas defender os interesses brasileiros, mas também promover uma visão de um mundo mais justo e equitativo, onde o avanço tecnológico não seja um fator de exclusão, mas sim uma ferramenta para o desenvolvimento social e econômico.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: O presidente Lula no segundo dia de Cúpula do G20 • Reprodução