Cinco ameaças ao progresso climático destacadas na Cop30

Bianca Otero/Zuma Press Wire/Shutterstock

Desafios políticos e falta de compromisso no encontro em Belém comprometem futuras negociações

A Cop30 em Belém enfrentou desafios significativos que ameaçam o progresso climático global.

A Cop30, realizada em Belém, Brasil, expôs várias ameaças ao progresso climático que precisam ser superadas. Entre as dificuldades enfrentadas, destacam-se a falta de aliança entre potências climáticas como os EUA e a China, bem como a ausência de um compromisso claro em relação à proteção da Amazônia e à transição energética.

Desafios geopolíticos e a falta de compromisso

O evento, que se estendeu por mais de 24 horas além do planejado, ocorreu em meio a intensas críticas ao sistema de governança ambiental global. Embora várias resoluções tenham sido aprovadas, a eficácia destas ficou comprometida pela falta de financiamento para adaptação, especialmente para os países mais afetados por desastres climáticos. Observadores apontaram que a proteção das florestas tropicais não recebeu a atenção necessária, mesmo sendo a primeira cúpula climática realizada na Amazônia.

O papel das potências climáticas

Os Estados Unidos, sob a administração anterior, abandonaram compromissos climáticos fundamentais, o que prejudicou a coordenação com a China. A ausência de um esforço conjunto entre essas duas potências, que representam as maiores emissões históricas e atuais, foi um dos principais fatores que dificultaram o progresso na Cop30. A China, embora presente, se mostrou relutante em assumir a liderança em questões financeiras, o que dificultou a busca por soluções efetivas.

Divisões internas e promessas não cumpridas

A Europa, que frequentemente se apresenta como líder em ações climáticas, recebeu críticas por sua hesitação em cumprir promessas de financiamento a países em desenvolvimento. A falta de um plano claro e coordenado para a transição energética foi evidente, resultando em desconfiança entre os países do sul global. A proposta de um novo roteiro para a transição para combustíveis limpos foi vista como uma manobra para atrasar ações mais decisivas acerca do financiamento de adaptações.

A influência de conflitos globais

Conflitos em regiões como Gaza, Ucrânia e Sudão ofuscaram as discussões climáticas, levando a uma reorientação dos orçamentos governamentais para questões de segurança. A escassez de cobertura midiática e o desinteresse do público em geral dificultaram a mobilização em torno da crise climática. A falta de equipes de cobertura dos principais canais de notícias dos EUA em Belém exemplifica a dificuldade em manter a questão climática em pauta no discurso público.

A necessidade de um novo sistema de governança

A frustração com o processo de consenso da ONU se tornou evidente, especialmente entre países de alta ambição, que propuseram uma declaração paralela em Belém. A necessidade urgente de um sistema de governança mais dinâmico e eficaz é clara, considerando as realidades inegáveis da crise climática. Sem uma reavaliação do processo, o futuro do Acordo de Paris pode estar em risco, caso não consiga superar os desafios impostos pelas próximas cúpulas.

A Cop30 demonstrou que, apesar de algumas conquistas, as ameaças ao progresso climático são significativas e requerem um comprometimento renovado e ações mais decisivas para garantir um futuro sustentável para o planeta.

Fonte: www.theguardian.com

Fonte: Bianca Otero/Zuma Press Wire/Shutterstock

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