Ex-presidente relata interação entre Pregabalina e Sertralina como causa de episódio de confusão mental
Bolsonaro relata surto ligado ao uso de medicamentos controlados em audiência judicial.
Surto relatado por Bolsonaro e a relação com medicamentos controlados
Durante uma audiência de custódia realizada em 23 de novembro de 2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuiu o alegado ‘surto’ que o levou a manipular sua tornozeleira eletrônica ao uso combinado de dois medicamentos controlados: Pregabalina e Sertralina. Segundo o relato de Bolsonaro à juíza auxiliar, a interação entre esses fármacos teria provocado um episódio de confusão mental e alucinações.
Na ata oficial da audiência, Bolsonaro mencionou que uma suposta ‘paranoia’ começou na noite de 21 de novembro e se intensificou durante a madrugada de 22 de novembro. Ele acreditava que havia uma escuta instalada em sua tornozeleira eletrônica, o que o levou a tentar abrir o equipamento com um ferro de solda. Essa tentativa resultou em marcas de queimadura que foram registradas por agentes da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal.
Antes mesmo da audiência, o ex-presidente já havia admitido ter tentado violar a tornozeleira, alegando que sua motivação era a ‘curiosidade’. Durante sua declaração, Bolsonaro afirmou que foi orientado por dois médicos a utilizar os medicamentos mencionados e que estava enfrentando dificuldades para dormir, o que teria contribuído para o surto. Ele destacou que nunca havia passado por uma situação semelhante antes.
Bolsonaro, que estava em prisão domiciliar, relatou que no momento do incidente estava em casa com sua filha, irmão e um assessor, todos dormindo, e que eles não perceberam sua manipulação da tornozeleira. O ex-presidente também negou qualquer intenção de fuga, afirmando que parou ao ‘cair na razão’ e, posteriormente, comunicou à equipe de monitoramento sobre o que havia feito.
A tentativa de violar a tornozeleira eletrônica foi um dos fatores considerados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que justificaram a conversão da prisão domiciliar em preventiva. Esse episódio levanta questões sobre a saúde mental do ex-presidente e o uso de medicamentos controlados no contexto de sua situação legal.
Em resumo, Bolsonaro descreveu um momento de confusão mental e alucinações, vinculado ao uso de medicamentos, que culminou em ações que podem ter repercussões significativas em seu processo judicial. Sua situação continua a ser monitorada pelas autoridades e gera discussões sobre o impacto de medicamentos e saúde mental em figuras públicas em situações de crise.