Marcas chinesas de consumo invadem a África com novo modelo de investimento

CNBC

Mudanças no investimento da China na África refletem uma transição para produtos de consumo privado

O investimento chinês na África migra de infraestrutura para produtos de consumo, com um aumento nas exportações.

Mudanças no Investimento Chinês na África

O papel da China na África está passando por uma transformação significativa. Historicamente, o investimento chinês foi amplamente dominado por empresas estatais focadas em infraestrutura e exploração de recursos naturais. Contudo, com as novas condições econômicas, o foco agora se desloca para produtos de consumo do setor privado. Essa mudança é impulsionada pela crescente demanda africana por bens de consumo, refletindo um mercado que cresce rapidamente.

Aumento nas Exportações Chinesas

Nos primeiros três trimestres de 2025, as exportações da China para a África aumentaram em 28% em comparação ao ano anterior. Esse crescimento é impulsionado pela demanda por produtos fabricados de maior valor agregado, como eletrônicos, plásticos e têxteis. As economias africanas, como as do Quênia, Uganda e Zâmbia, apresentam taxas de crescimento robustas, com o PIB do continente em 4,1%, segundo o relatório do FMI.

Declínio nos Investimentos em Recursos Naturais

Por outro lado, os investimentos chineses em setores intensivos em recursos diminuíram cerca de 40% desde o pico em 2015. Segundo o Rhodium Group, essa queda se deve a retornos mais fracos e receitas em declínio nas indústrias tradicionais de commodities. No entanto, essa mudança de foco é vista como uma oportunidade para atender a um mercado consumidor em expansão, especialmente em áreas como produtos eletrônicos e de consumo.

Oportunidades e Desafios no Mercado Africano

Joe Ngai, presidente da McKinsey Greater China, observa que, embora existam oportunidades, a fragmentação do mercado e as margens finas podem dificultar os empreendimentos. A primeira cúpula do G20 realizada na África, que ocorreu recentemente na África do Sul, também ressalta a importância da presença chinesa no continente, com a participação do primeiro-ministro Li Qiang, que abre novas oportunidades para discussões comerciais.

A Nova Geração de Empreendedores Chineses

Além disso, o envolvimento de empreendedores chineses está crescendo. Redes sociais como Xiaohongshu e Bilibili mostram uma nova onda de empresas menores focadas em dropshipping, e-commerce e manufatura na África. Empreendedores estão se mudando para países africanos como Nigéria e Quênia, buscando parcerias e explorando oportunidades de negócios. Os relatos de sucesso têm sido amplamente compartilhados, embora a fundadora Heather Li destaque que algumas alegações podem ser exageradas.

Um Futuro Promissor para o Consumo na África

A Euromonitor International aponta que a demanda por bens de consumo na África deve ultrapassar US$ 2 trilhões até 2030, impulsionada por uma população jovem e cada vez mais conectada. A crescente urbanização e a popularidade de plataformas de e-commerce, como o Supermercado Chinês, estão facilitando a entrada de marcas asiáticas e chinesas em lares africanos.

Considerações Finais sobre a Indústria Chinesa

Enquanto as empresas chinesas veem a África como um novo mercado promissor, também enfrentam o desafio de não apenas vender produtos, mas de considerar a produção local. A necessidade de industrialização no continente é crescente, e várias empresas já estão estabelecendo fábricas na África, como a Sunda International, que está expandindo sua presença com mais de 20 centros de produção. A mudança no foco do investimento da China para a África pode não apenas beneficiar os consumidores, mas também ajudar a consolidar uma base industrial local, vital para o desenvolvimento econômico sustentável do continente.

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