Especialistas orientam como identificar falsas ofertas e evitar golpes; veja os erros mais comuns dos consumidores e conheça a regra das 24 horas
A Black Friday deste ano, marcada para 28 de novembro, é aguardada por muitos consumidores que buscam descontos e promoções. A data pode ser uma excelente oportunidade para economizar ou uma armadilha financeira que pode comprometer o orçamento por vários meses.
Para evitar as tentações e não cair em ciladas, três especialistas falam sobre como aproveitar os preços mais baixos com planejamento, segurança, controle emocional e atenção aos detalhes das ofertas.
Erros mais comuns dos consumidores
Para Marcelo Cordeiro, coordenador dos cursos de Gestão e Tecnologia do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão (PR), um dos erros mais comuns é comprar por impulso, apenas porque o valor parece atrativo.
“Não fazer as contas para saber o quanto é possível gastar com responsabilidade pode comprometer o orçamento mensal por um bom período, já que a maioria dos consumidores parcelam as compras”, alerta. Outro equívoco frequente é não pesquisar os preços antes da Black Friday para verificar se a oferta é realmente vantajosa.
Gabriel Mendonça, professor de Gestão Financeira da mesma instituição de ensino superior, complementa que a falta de planejamento prévio é um erro crucial. “Muitas pessoas chegam na Black Friday sem saber exatamente o que precisam, deixando-se levar pela enxurrada de ofertas. Mas quando você não tem clareza sobre suas necessidades reais, qualquer ‘desconto’ parece uma oportunidade imperdível e isso é muito perigoso”, explica.
Black Friday consciente exige orçamento e lista de compras definidas
“Avaliar o orçamento familiar antes de sair comprando é o primeiro passo para uma Black Friday consciente”, orienta Marcelo.
Ter uma lista de itens de interesse e um limite de gastos intransponível faz toda a diferença. “Ao avaliar o orçamento, podemos saber qual é o real valor que poderá ser destinado às compras e, com base nesse limite, relacionar os produtos e considerar as prioridades”, complementa Marcelo.
Gabriel sugere tratar esse teto de gastos como um envelope com dinheiro físico: “Quando termina, acabou. Essa limitação concreta ajuda seu cérebro a priorizar o que realmente importa”, afirma.
O que é a regra das 24 horas?
Para compras não planejadas, Gabriel Mendonça recomenda a regra das 24 horas; uma estratégia de consumo consciente que sugere esperar 24 horas antes de comprar um item que não estava na lista. O objetivo é evitar compras por impulso e distinguir entre um desejo momentâneo e uma necessidade real, protegendo seu orçamento.
“Na maioria das vezes, depois desse tempo, você percebe que não precisa realmente daquele item e a urgência emocional terá passado. É uma atitude simples, mas fundamental para não desperdiçar dinheiro”.
Identifique as falsas ofertas e evite golpes
Tiago Carrera de Andrade, head da Central de Serviços Compartilhados do Centro Universitário Integrado, alerta que uma prática comum nessa época é a “metade do dobro”; quando lojas aumentam os preços antes da data para simular descontos maiores.
Para não cair nessa armadilha, o especialista recomenda acompanhar o histórico de preços do produto e só comprar quando o valor estiver igual ou abaixo do menor preço dos últimos 3 a 6 meses. Sites como Buscapé e Zoom são ferramentas úteis para essa comparação. Outra dica é ver a reputação da empresa no Reclame Aqui e consultar a lista de sites não recomendados no Procon.
“Desconfie de ofertas que parecem boas demais para ser verdade. Se um produto que normalmente custa R$ 3.000 está sendo vendido por R$ 500 em um site desconhecido, há uma probabilidade muito alta de ser golpe. Pagar com cartão de crédito, que oferece mais proteção contra fraudes, e manter registros de todas as transações são práticas essenciais de segurança”, adverte Andrade.
Vale a pena comprar só porque está barato?
A resposta dos especialistas é unânime: não. “Quando você compra algo que não precisa apenas porque está barato, você está na verdade perdendo dinheiro, não economizando”, explica Gabriel.
“Imagine que você gasta R$ 100 em um produto que estava por R$ 200, mas que você nunca usará. Você não economizou R$ 100; você perdeu R$ 100 que poderia ter sido usado para algo que realmente agregaria valor à sua vida”, explica.
Planejamento é o melhor desconto
Os três especialistas concordam que o planejamento é fator decisivo para uma Black Friday bem aproveitada. Por isso, eles fizeram uma lista com 5 dicas essenciais para esse período. Confira!
1) Defina um teto de gastos: Saiba exatamente quanto pode gastar sem prejudicar o orçamento. Chegou ao limite, pare de comprar.
2) Faça uma lista de prioridades: Compre apenas o que realmente precisa e evite a enxurrada de ofertas do período.
3) Acompanhe o histórico de preços: Não caia em falsas promoções. Acompanhe os preços dos últimos 3 meses para ver se realmente vale a compra.
4) Prefira pagamento à vista: Além de evitar juros, normalmente há descontos extras no PIX ou boleto.
5) Desconfie de urgências e “últimas unidades”: São estratégias para estimular compras impulsivas, que transmitem sensação de escassez e de que é preciso aproveitar a ocasião. Na dúvida, evite!

Fonte: Assessoria de Imprensa. / Fotos: Freepik.