Decisão visa intensificar a repressão a grupos opositores ao governo israelense na região
Trump determina que ramos da Irmandade Muçulmana em três países sejam considerados terroristas, visando sua atuação no Oriente Médio.
Trump emite decreto contra a Irmandade Muçulmana
No dia 5 de outubro de 2023, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um decreto que visa rotular os ramos da Irmandade Muçulmana no Egito, Líbano e Jordânia como organizações terroristas. Essa decisão surge em meio a um aumento da repressão por parte de Washington contra grupos que se opõem ao governo israelense na região. O decreto foi justificado pela alegação de que os líderes da Irmandade Muçulmana estão envolvidos no apoio ao grupo palestino Hamas.
Contexto da decisão
O governo dos EUA argumenta que a liderança da Irmandade Muçulmana na Jordânia forneceu “apoio material” ao Hamas, enquanto a ramificação libanesa, conhecida como al-Jamaa al-Islamiya, se aliou ao Hamas e ao Hezbollah em conflitos contra Israel. Além disso, um líder egípcio da Irmandade teria incitado ataques violentos contra interesses dos EUA durante o recente conflito em Gaza, embora os detalhes sobre essas alegações não tenham sido esclarecidos.
Impacto e consequências da designação
A Casa Branca declarou que a medida visa confrontar a rede transnacional da Irmandade Muçulmana, que, segundo eles, alimenta o terrorismo e campanhas de desestabilização contra os interesses dos EUA e seus aliados no Oriente Médio. O decreto exige que o secretário de Estado e o secretário do Tesouro consultem o chefe da inteligência dos EUA e apresentem um relatório sobre a designação dentro de 30 dias. Uma rotulagem formal como “organização terrorista estrangeira” deverá ser aplicada dentro de 45 dias após o relatório.
Reações à decisão
Essa iniciativa de Trump já era uma demanda antiga de ativistas da direita nos EUA, mas críticos afirmam que a medida pode facilitar ainda mais a repressão e a autoritarismo na região, além de potencialmente atingir ativistas muçulmanos americanos com alegações de vínculos com a Irmandade Muçulmana. Nihad Awad, diretor executivo do Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR), expressou preocupações sobre como essa designação poderia impactar os grupos de defesa muçulmanos nos EUA, embora tenha afirmado que as organizações muçulmanas americanas são sólidas e atuam de maneira independente.
O papel da Irmandade Muçulmana no Oriente Médio
Fundada em 1928 pelo acadêmico egípcio Hassan al-Banna, a Irmandade Muçulmana possui ramificações e filiais por todo o Oriente Médio, atuando como partidos políticos e organizações sociais. Essas partes têm participado de eleições e afirmam estar comprometidas com a participação política pacífica, apesar de serem proibidas em vários países da região. A classificação como “terroristas” pode, portanto, ter repercussões amplas, não apenas para a Irmandade, mas para o cenário político mais amplo na região.
Conclusão
A decisão de Trump de classificar a Irmandade Muçulmana como terroristas reflete uma estratégia mais ampla de confrontar o extremismo no Oriente Médio, mas também levanta questões sobre as implicações para a liberdade política e a expressão na região e nos EUA. As próximas semanas serão cruciais para observar como essa designação será implementada e quais serão suas consequências para as organizações muçulmanas e seus membros nos Estados Unidos.
Fonte: www.aljazeera.com
Fonte: Reuters]