Entenda o histórico das sanções e como o governo Maduro reage às pressões internacionais
As sanções dos EUA à Venezuela podem ser ampliadas após novas designações, gerando reações do governo Maduro.
Sanções EUA Venezuela: Um panorama histórico
O governo dos Estados Unidos mantém uma série de sanções setoriais e individuais contra a Venezuela, que agora podem ser ampliadas com novas medidas contra os bens e a infraestrutura do ditador Nicolás Maduro, após a designação do Cartel de los Soles como organização terrorista estrangeira. Essas sanções são instrumentos de política externa e segurança nacional, sendo adotadas pelo Departamento do Tesouro dos EUA.
O regime venezuelano rejeitou repetidamente essas decisões, considerando-as “chantagem”. Em resposta ao Cartel de los Soles, Caracas afirma que se trata de uma “invenção” das autoridades americanas, acusando Washington de buscar uma mudança de regime no país sul-americano. Em meio à escalada das tensões, Maduro apelou à Rússia e à China em busca de apoio.
A resposta de Maduro às sanções
Maduro tem declarado: “Não conseguirão derrotar a Venezuela”, enfatizando a resiliência do seu governo. A administração Trump, em 2017, recebeu a opção de conversar diretamente com Maduro, mas as relações entre os dois países continuaram a se deteriorar. As sanções impostas são variadas, abrangendo medidas gerais ou direcionadas, com embargos que proíbem qualquer importação, exportação, financiamento ou transação com países como Cuba, Coreia do Norte e Irã.
No caso da Venezuela, as sanções são mais específicas, visando minimizar o impacto em áreas não relacionadas ao setor punido. Além disso, os EUA impuseram sanções a dezenas de indivíduos e empresas venezuelanas. Maduro foi sancionado em 2017, após as eleições para a Assembleia Constituinte, que foram vistas como uma usurpação do papel da Assembleia Nacional.
O impacto das sanções no regime de Maduro
As sanções de agosto de 2017 proibiram bancos americanos de comprar títulos emitidos pelo governo venezuelano e pela estatal petrolífera PDVSA, restringindo também transações envolvendo títulos já existentes. Em janeiro de 2019, Washington reconheceu Juan Guaidó como presidente interino e anunciou sanções adicionais contra a PDVSA, que resultaram no bloqueio de fundos provenientes da venda de petróleo venezuelano.
Embora algumas sanções tenham sido suspensas em 2023 durante negociações, elas foram restabelecidas após o fracasso dos acordos. A Licença 41, concedida em novembro de 2022, permitiu à Chevron, empresa americana no setor de petróleo, exportar petróleo bruto venezuelano.
Novas sanções e a resposta da comunidade internacional
A recente designação do Cartel de los Soles como organização terrorista estrangeira possibilita a imposição de novas sanções. No entanto, especialistas jurídicos apontam que essa designação não autoriza explicitamente o uso de força letal. Maduro nega qualquer ligação com o narcotráfico e afirma que sua administração não se deixará intimidar pelas pressões externas. O governo venezuelano classificou a nova designação como uma “invenção ridícula” das autoridades americanas.
A administração Biden intensificou as sanções em resposta ao regime de Maduro, aumentando a recompensa pela captura do líder venezuelano e impondo novas restrições de visto a autoridades próximas a ele. As sanções têm sido uma ferramenta central da política externa dos EUA, buscando pressionar Maduro a aceitar um processo eleitoral legítimo e a restaurar a democracia na Venezuela.
O futuro das sanções e as relações EUA-Venezuela
Após as eleições presidenciais de 2024, Washington tentou pressionar Maduro a aceitar os resultados exigidos pela oposição. Sanções a autoridades alinhadas a Maduro foram impostas em setembro, refletindo a continuidade da pressão internacional. A legislação aprovada por Maduro, que penaliza venezuelanos que apoiam sanções estrangeiras, gerou críticas por violar direitos políticos.
Com esse panorama, as relações entre os EUA e a Venezuela permanecem tensas, e a possibilidade de novas sanções paira sobre o futuro do país sul-americano. O governo Maduro continua a afirmar sua soberania, enquanto enfrenta um cenário complexo de sanções internacionais e desafios internos.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: Carlos Jasso/Reuters