Estudo sobre racismo ambiental e mulheres negras se destaca na 1ª edição do Prêmio Mônica Menezes Campos.
Estudantes da UFG vencem prêmio do Itamaraty com pesquisa sobre o impacto do racismo ambiental em mulheres negras.
Goiânia – O prêmio do Itamaraty, concedido a estudantes e pesquisadores, foi recebido pelas alunas do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Maria Tereza Santos Pereira e Gabrielly Pereira Fonseca. Elas foram reconhecidas na 1ª edição do Prêmio Mônica Menezes Campos por um artigo que investiga como o racismo ambiental impacta mulheres negras no Brasil. Este estudo é particularmente relevante no contexto da 29ª Conferência das Partes (COP29), ocorrida após o Acordo de Paris.
Estudo premiado: análise crítica e metodológica
O artigo, intitulado “Como o racismo ambiental afeta mulheres negras no Brasil e de que maneira sua invisibilidade se reproduz na 29ª Conferência das Partes após o Acordo de Paris?”, analisa discursos proferidos por figuras proeminentes, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. A pesquisa se destacou por sua abordagem crítica e pela robustez da análise metodológica utilizada, o que a tornou um dos favoritos entre os avaliadores do prêmio.
O significado do prêmio para a UFG e Goiás
Este reconhecimento, inédito para o Estado de Goiás, não apenas reforça a presença da UFG no cenário nacional de pesquisas estratégicas, mas também evidencia a busca do Itamaraty por uma maior diversidade racial e geográfica em sua agenda institucional. O Prêmio Mônica Menezes Campos, criado em 2024, é uma iniciativa do Ministério das Relações Exteriores que visa promover a inclusão e a equidade racial na produção de conhecimento sobre diplomacia e relações internacionais. O prêmio foi criado em celebração ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, com o intuito de integrar o debate racial à política externa brasileira.
Homenagem a uma pioneira da diplomacia
O prêmio leva o nome de Mônica de Menezes, a primeira mulher negra a ocupar um cargo de diplomata no Brasil, simbolizando um importante passo na luta por equidade e representatividade no campo da diplomacia. Para Gabrielly e Maria Tereza, receber essa honraria é um motivo de imenso orgulho, pois representa a capacidade da UFG de competir com instituições tradicionais e destaca a importância da produção acadêmica oriunda de regiões fora do eixo Sul e Sudeste do Brasil.
A importância da pesquisa para a sociedade
As alunas enfatizam que a vitória não apenas valida o potencial da UFG, mas também ajuda a desmistificar a noção de que o conhecimento estratégico para a diplomacia é exclusivo de certas regiões do país. Elas expressam a esperança de que este reconhecimento inspire outras instituições e pesquisadores a se engajar em estudos que promovam a equidade racial e a inclusão, abordando questões que afetam diretamente a vida de mulheres negras no Brasil.
Este prêmio é uma oportunidade de amplificar vozes que muitas vezes são ignoradas e de trazer à tona temas cruciais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao focarem em como o racismo ambiental impacta mulheres negras, Gabrielly e Maria Tereza estão não apenas contribuindo para o campo acadêmico, mas também para a luta por direitos e reconhecimento das realidades enfrentadas por essas mulheres em nossa sociedade.