Modelo econômico atual do Brasil é insustentável, diz Stuhlberger

Luis Stuhlberger

Gestor critica gastos públicos elevados e defende postura firme do Banco Central

Luis Stuhlberger afirma que Brasil está preso em modelo de gastos elevados e juros altos, e defende a postura do Banco Central.

Modelo econômico do Brasil: uma análise crítica

Na avaliação de Luis Stuhlberger, CEO e CIO da Verde Asset, o Brasil se encontra preso em um modelo econômico que combina gastos públicos elevados com uma política de juros altos. Durante sua participação no UBS WM Latin America Summit 2025, Stuhlberger enfatizou como essa combinação tem impactado a economia nacional. Ele argumenta que, apesar de uma política monetária contracionista, os gastos do governo têm sustentado a atividade econômica, resultando em um mercado de trabalho relativamente aquecido,

“A economia brasileira é altamente estimulada pela política de gastos públicos, o que a torna muito mais resiliente do que seria razoável esperar”, comentou Stuhlberger. Essa afirmação reflete a preocupação com a sustentabilidade desse modelo a longo prazo, especialmente considerando as pressões que o Banco Central (BC) enfrenta.

A atuação do Banco Central

Stuhlberger elogiou a recente atuação do Banco Central, ressaltando que a instituição tem conseguido resistir à pressão política. Ele destacou que, sob a gestão atual, o BC se tornou um dos mais hawks dos últimos anos, o que surpreendeu muitos analistas, dada a tradição histórica de governos do Partido dos Trabalhadores (PT). O gestor acredita que essa resistência a pressões externas é fundamental para manter a credibilidade da política monetária.

“O Banco Central está fazendo um trabalho excelente e eu não acredito que, nessa altura do campeonato, ele vai mudar no último ano de governo por pressões políticas”, afirmou. Essa confiança na atuação do BC é um ponto crucial para a estabilidade econômica, segundo Stuhlberger.

Críticas ao modelo de gastos

Embora reconheça a importância dos gastos públicos para a economia, Stuhlberger também criticou o modelo vigente, que classificou como excessivo. Ele mencionou que, ao longo dos anos, essa estratégia tem sido característica dos governos do PT, com exceção da gestão de Dilma Rousseff. Segundo ele, a prática de acelerar os gastos enquanto o Banco Central tenta controlar a inflação cria um descompasso que pode ser insustentável a longo prazo.

Implicações para o futuro

O economista alerta que, se o Brasil continuar nessa trajetória, pode enfrentar sérias consequências. A combinação de gastos públicos elevados com uma política monetária restritiva pode levar a um aumento ainda maior da dívida pública e, eventualmente, a uma crise fiscal. Stuhlberger sugere que é essencial encontrar um equilíbrio entre o estímulo econômico e a responsabilidade fiscal.

Conclusão

A análise de Luis Stuhlberger sobre o modelo econômico do Brasil oferece uma visão crítica e fundamentada sobre os desafios que o país enfrenta. A atuação do Banco Central, embora elogiada, deve ser acompanhada de uma reflexão profunda sobre os gastos públicos e suas implicações a longo prazo. Para Stuhlberger, a sustentabilidade econômica depende de uma mudança de paradigma que leve em conta tanto o crescimento quanto a responsabilidade fiscal.

Fonte: www.moneytimes.com.br

Fonte: Luis Stuhlberger

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