Petro destaca a democracia como desafio de Maduro, não narcotráfico

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Presidente colombiano critica acusações dos EUA sobre vínculos de Maduro com tráfico de drogas

Petro defende que o verdadeiro problema de Maduro é a falta de democracia, não vínculos com narcotráfico.

Petro nega vínculos de Maduro com narcotráfico e enfatiza a democracia

Em meio às crescentes tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela, o presidente colombiano, Gustavo Petro, declarou à CNN nesta terça-feira (25) que seu país não identifica Nicolás Maduro como narcotraficante, conforme alegações feitas pelos EUA. Para Petro, o problema central de Maduro reside na “falta de democracia e diálogo” em sua nação.

“O problema de Maduro se chama democracia. Eu o reconheço como tal, uma falta de democracia e de diálogo. Nenhuma investigação colombiana, independente do presidente e realizada em anos em que eu não era presidente, mostra qualquer relação entre o narcotráfico colombiano e Maduro”, disse o líder colombiano durante uma entrevista exclusiva em Bogotá.

Acusações dos EUA e a resposta de Caracas

A declaração de Petro vem após a designação, pelos Estados Unidos, do chamado Cartel dos Los Soles como uma organização terrorista internacional. Washington alega que este suposto grupo está envolvido em tráfico de drogas e corrupção, atribuindo sua liderança a Maduro. Em resposta, Caracas rejeita tanto a existência do Cartel quanto as acusações contra o presidente venezuelano.

Maduro, que assumiu a presidência em 2013, enfrenta críticas sobre sua gestão e é considerado por muitos como um ditador. Durante a entrevista, Petro argumentou que o verdadeiro problema de Maduro não é a sua relação com o narcotráfico, mas a ausência de um diálogo democrático. “Não estou dizendo que ele não seja um ditador, porque as ditaduras se enquadram no conceito de falta de democracia. Algumas mais do que outras, mas é assim que elas são”, afirmou.

Tensão entre EUA e Venezuela: interesses em jogo

Em sua análise, Petro sugere que as tensões entre os EUA e a Venezuela são impulsionadas, em parte, pelo interesse americano no petróleo venezuelano. “O que está por trás disso é o mesmo que está por trás da guerra na Ucrânia: petróleo, petróleo”, disse. Ele destacou que a Venezuela possui uma das maiores reservas de petróleo do mundo e que isso influencia as relações internacionais.

Petro também criticou as manobras militares dos EUA no Caribe e no Pacífico, que, segundo ele, visam desestabilizar seu governo. Ele ressaltou que a lógica por trás dessas ações não é combater o narcotráfico, mas sim garantir acesso aos recursos naturais da Venezuela.

Propostas de Petro para Maduro

O presidente colombiano lançou um apelo a Maduro, afirmando: “É hora de mudança e é hora de eleições livres”. Ele sugeriu que Maduro deve compartilhar o poder para construir confiança entre os dois lados e, assim, realizar eleições verdadeiramente livres. Petro enfatizou que seu governo está comprometido em combater o tráfico de drogas de maneira eficaz, realizando apreensões históricas desde que assumiu o poder em 2022.

Conclusão

As relações entre os EUA e a Colômbia também têm sido tensas, especialmente após declarações de Donald Trump, que acusou Petro de ser um líder do narcotráfico. Petro, por sua vez, rejeitou essas alegações e criticou a abordagem de Trump, afirmando que o ex-presidente americano não compreende a complexidade da situação. Enquanto isso, a comunidade internacional observa de perto os desdobramentos dessa crise, com a expectativa de que a diplomacia possa prevalecer em meio a um cenário de crescente tensão política.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

Fonte: File Photo

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