Tornados no Paraná são reclassificados para a categoria F4

Eventos climáticos provocaram devastação em diversas cidades e resultaram em várias vítimas.

Os tornados no Paraná foram reclassificados para a categoria F4, aumentando os danos e o número de vítimas na região.

Os tornados que atingiram Rio Bonito do Sul e Guarapuava, no centro-sul paranaense, foram reclassificados para a categoria F4 na escala Fujita nesta quarta-feira (26). A informação foi confirmada pelo Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná). Essa atualização se deu após um laudo que analisou dados de meteorologia operacional, geointeligência, sensoriamento remoto e análise geoespacial.

Conforme o relatório, dois dos três tornados que afetaram 11 municípios da região tiveram suas classificações elevadas, enquanto o terceiro tornado, que atingiu principalmente a cidade de Turvo, foi mantido na categoria F2. O evento é considerado um dos mais significativos na história recente do estado, devido à quantidade de tornados registrados e ao impacto na população.

Impacto e destruição causada pelos tornados

Duas supercélulas formaram uma sequência de tornados que ultrapassou 500 km de extensão no Paraná. A primeira tempestade gerou dois tornados, sendo que o Tornado 1 percorreu cerca de 270 km, atingindo intensidade F4 em Rio Bonito do Iguaçu. Este tornado deixou um rastro de destruição ao longo de 75 km, afetando uma área estimada de 12,4 mil hectares, com uma largura do funil que variou de 750 metros a 3,25 km.

O mesmo sistema formou o Tornado 2, que passou por Candói (F2) e novamente atingiu intensidade F4 ao passar pelo distrito de Entre Rios, em Guarapuava. Neste evento, a largura do impacto variou entre 500 e 1.160 metros, resultando em danos significativos, como o colapso de casas e o arremesso de um contêiner a uma distância de 150 metros.

O Tornado 3, por sua vez, teve o menor percurso, com 12 km, mas manteve um potencial destrutivo considerável. Embora classificado como F2, causou danos significativos, afetando uma área de 570 hectares. O governador Ratinho Júnior (PSD) descreveu a situação como “sem precedentes” e uma “situação de guerra”.

Vítimas e resposta do governo

Os tornados resultaram em sete mortes (seis em Rio Bonito do Iguaçu e uma em Guarapuava) e 750 pessoas feridas, totalizando 784 atendimentos na rede hospitalar. A destruição foi ampla, com cerca de 90% dos edifícios em Rio Bonito do Iguaçu danificados. Além disso, aproximadamente 1.000 pessoas foram desalojadas e cerca de 28 ficaram desabrigadas.

Em resposta à catástrofe, o governo do Paraná decretou estado de calamidade pública e um luto oficial de três dias em todo o estado. Uma força-tarefa composta por mais de 50 bombeiros, Defesa Civil, Copel e Sanepar foi mobilizada para auxiliar nos esforços de recuperação. O governo federal também enviou ajuda humanitária e materiais de emergência.

Os danos econômicos foram avaliados em R$ 114,5 milhões, conforme levantamento da CNM (Confederação Nacional de Municípios). Em caráter de urgência, o governo do Paraná encaminhou um projeto de lei à Assembleia Legislativa para oferecer um auxílio de R$ 50 mil por família afetada pelos danos causados pelos tornados.

A escalada das tempestades e a intensidade dos tornados no Paraná levanta questões sobre a necessidade de um monitoramento mais eficaz e medidas preventivas para mitigar os impactos de eventos climáticos extremos no futuro. A análise das condições meteorológicas que permitiram a formação desses tornados é fundamental para melhorar a preparação e a resposta a desastres semelhantes.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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