Cooperativas de energia ganham protagonismo na agenda ESG e ODS 2030

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Modelo descentralizado reforça metas de sustentabilidade e democratiza o acesso à energia limpa

 

 

 

A crescente pressão sobre empresas para cumprir compromissos com a agenda ESG e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU tem transformado o papel da energia no planejamento estratégico corporativo. Nesse contexto, modelos coletivos e descentralizados de geração, como as cooperativas de energia (ou empresas de geração distribuída), vêm ganhando protagonismo ao combinar inovação, sustentabilidade e inclusão.

Dados da Bloomberg indicam que fundos com critérios ESG movimentaram mais de US$ 8,8 trilhões em 2020, com aumento de 32% na rentabilidade em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, a Agenda 2030 da ONU — adotada por 193 países — aponta, no ODS 7, a necessidade de ampliar o acesso universal à energia limpa, segura, moderna e acessível até 2030.

No Brasil, o modelo de geração compartilhada por cooperativas tem avançado rapidamente. De acordo com dados do sistema da Aneel compilados pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em 2024 o país registrou 906 cooperativas com geração própria, responsáveis por mais de 4.900 usinas em operação, somando 550,4 megawatts (MW) de potência instalada — um crescimento de 125% em um ano. Esse modelo já impacta direta ou indiretamente 8,3 milhões de brasileiros, com presença em todos os estados e mais de 650 municípios.

A força dessas cooperativas está no seu modelo de gestão: produção local de energia renovável, por meio de fontes como solar, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas, destinada ao consumo de seus cooperados. Essa lógica torna o processo mais eficiente e resiliente, reduz perdas na distribuição e evita a dependência do sistema centralizado — frequentemente impactado por oscilações tarifárias e crises hídricas.

Para Bruno Marques, diretor comercial da Nex Energy, a experiência brasileira com cooperativas mostra como a transição energética pode ser democrática. “As cooperativas representam mais do que um modelo técnico. Elas colocam as pessoas e as comunidades no centro da solução energética. Isso torna o acesso à energia limpa mais acessível e promove corresponsabilidade climática”, avalia.
Durante a COP30, realizada em Belém, o conceito de “transição energética justa e descentralizada” ganhou força nas discussões entre governos e sociedade civil. A conferência reconheceu que a ampliação do acesso à energia renovável exige não apenas investimentos em tecnologia, mas também modelos que coloquem comunidades no centro da solução — como as empresas de geração distribuída de energia. Embora o texto final da COP não tenha incluído um roadmap para o abandono dos combustíveis fósseis, a criação do Mecanismo de Transição Justa (Belém Action Mechanism) reforça a importância de alternativas inclusivas, capazes de promover a descarbonização com justiça social. Nesse contexto, experiências como a da Nex Energy se alinham às demandas globais por soluções climáticas que aliem eficácia, capilaridade e participação popular.

Apesar de a matriz elétrica brasileira já ser majoritariamente renovável, o país enfrenta desafios crescentes diante da elevação do consumo — puxado por data centers, indústrias e eventos climáticos extremos. A geração distribuída surge como uma alternativa complementar às usinas, oferecendo agilidade, capilaridade e impacto econômico e social imediatos.

Além da eficiência operacional, há um ganho mensurável de impacto ambiental. Iniciativas desse tipo permitem reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE), contribuindo diretamente para a meta brasileira de neutralidade de carbono até 2050. Modelos de rastreamento de impacto, como os adotados por algumas cooperativas, contabilizam estimativas de emissões evitadas de CO₂ e de árvores preservadas, com base em metodologias reconhecidas e médias do setor elétrico. Esses indicadores, embora aproximados, vêm sendo utilizados por empresas em seus relatórios ESG para comunicar esforços em prol da sustentabilidade.

“O mercado já entendeu que compensar emissões não basta. A redução na origem é o caminho mais eficaz. E a geração distribuída tem potencial para contribuir com essa solução de forma descentralizada, com capilaridade, baixo custo de entrada e ferramentas de rastreamento cada vez mais aprimoradas”, completa Bruno Marques.

Com a proximidade do prazo estabelecido pela Agenda 2030, especialistas apontam que soluções de baixo custo e alta escalabilidade, como as empresas de geração compartilhada, serão fundamentais para o Brasil cumprir suas metas de descarbonização e inclusão energética. Nesse cenário, o modelo se consolida como um elo entre políticas públicas, comunidades e empresas comprometidas com o desenvolvimento sustentável.

“Não se trata apenas de cumprir metas internacionais. Trata-se de redesenhar a forma como consumimos e produzimos energia no país. As cooperativas oferecem uma ponte concreta entre as metas climáticas globais e as realidades locais, permitindo que mais brasileiros participem ativamente da construção de um futuro energético mais justo e eficiente”, conclui Bruno Marques.

Fonte: Assessoria de Imprensa. / Foto: Freepik.

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