Pedido inclui três pessoas próximas ao ex-presidente, que cumpre pena de prisão

A defesa de Jair Bolsonaro solicitou ao STF que três pessoas levem alimentos à PF, onde ele cumpre pena de 27 anos.

Defesa de Bolsonaro solicita autorização para entrega de alimentos à PF

A defesa de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, protocolou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para permitir que três pessoas próximas ao ex-mandatário levem alimentos à Superintendência da Polícia Federal (PF), onde ele cumpre uma pena de 27 anos e 3 meses de prisão pela tentativa de golpe de Estado. O pedido foi enviado na noite de quinta-feira (27/11) e inclui Carlos Eduardo Antunes Torres, irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

As pessoas indicadas pela defesa, se autorizadas, deverão entregar os alimentos em horários estabelecidos pela PF, que será responsável pela fiscalização diária do que é levado. Até o momento, Bolsonaro tem rejeitado as refeições oferecidas pela PF, optando por se alimentar exclusivamente com comida preparada por familiares e auxiliares próximos. Essa decisão reflete uma preocupação com a origem dos alimentos, conforme relatado por seu filho, Flávio Bolsonaro.

Preocupações sobre a origem dos alimentos

De acordo com Flávio Bolsonaro, a recusa do ex-presidente em aceitar a comida da PF é motivada por desconfianças em relação à origem dos alimentos. Ele declarou: “Não se sabe da origem da comida, até chegar na mesa dele, nas mãos de quem passa”, indicando que a preocupação não se limita apenas a possíveis contaminações, mas também a questões de segurança alimentar.

Os três escolhidos para levar os alimentos ao ex-presidente são: Carlos Eduardo Antunes Torres, Marcus Antonio Machado Ibiapina, que foi assessor presidencial durante o governo Bolsonaro, e Kelso Colnago Dos Santos, um tenente militar. A escolha dessas pessoas indica um esforço da defesa para garantir que Bolsonaro tenha acesso a uma alimentação que considera segura e adequada.

Atendimento médico e estado de saúde

Na mesma quinta-feira em que o pedido foi protocolado, Bolsonaro recebeu atendimento médico na PF após relatar uma “crise de soluços”. Flávio Bolsonaro afirmou que foi necessário aumentar a dose dos medicamentos que o ex-presidente utiliza, o que levanta preocupações adicionais sobre sua saúde enquanto cumpre pena. O estado de saúde do ex-presidente é um tema recorrente entre seus apoiadores e a mídia, especialmente considerando o contexto de sua condenação.

Condenação e cumprimento de pena

Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pela Primeira Turma do STF por liderar uma organização criminosa que buscava realizar um golpe de Estado após as eleições de 2022. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, declarou o trânsito em julgado da ação penal 2668, o que significa que não há mais possibilidade de recurso. Desde então, Bolsonaro iniciou o cumprimento da pena em regime fechado.

A situação do ex-presidente continua a ser uma fonte de intenso debate e polarização no Brasil, refletindo as divisões políticas que marcaram seu governo e a atualidade do país. As próximas etapas legais e as condições de sua prisão serão acompanhadas de perto por seus apoiadores e opositores, enquanto a defesa busca garantir que seus direitos sejam respeitados durante o cumprimento da pena.