Ações da empresa caem 2% após divulgação do Plano Estratégico 2026–2030, gerando reações cautelosas entre investidores.
As ações da Petrobras caem 2% após o anúncio do novo plano estratégico, levantando preocupações entre analistas.
Petrobras (PETR4) e as reações ao novo plano estratégico
As ações da Petrobras (PETR4) registraram uma queda de 2% nesta quinta-feira (27), alcançando o valor de R$ 31,65, após a divulgação do Plano Estratégico 2026–2030. Embora a análise geral do documento tenha sido positiva entre os especialistas, uma leitura mais atenta revela preocupações que podem ter influenciado o movimento negativo das ações, mesmo com a alta dos preços do Brent no mercado internacional.
Investimentos a curto prazo geram incerteza
O Bradesco BBI, em relatório direcionado a seus clientes, apontou que o plano apresenta investimentos de curto prazo ainda muito elevados, enquanto os investimentos de longo prazo caem significativamente. O banco ressaltou que a percepção do mercado é mais negativa, pois os investidores estão focados nos altos investimentos de curto prazo. Além disso, as premissas macroeconômicas adotadas no plano são consideradas “um tanto agressivas”, mencionando um preço do Brent a US$ 70, spread do diesel próximo a US$ 20 e um câmbio de R$ 5,80.
Desafios financeiros e premissas conservadoras
O BBI também destacou que a viabilidade financeira do plano depende de US$ 12 bilhões em iniciativas de redução de custos, que geralmente são complicadas de mensurar. Embora o esforço da administração em apresentar um plano resiliente tenha sido reconhecido, a aceitação desse tipo de proposta geralmente é maior quando acompanhada de premissas mais conservadoras.
Sinalizações positivas em produção e controle de gastos
Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, observou que a Petrobras sinalizou aspectos positivos em produção, investimentos e controle de gastos. A leve redução do capex total — de US$ 111 bilhões para US$ 109 bilhões — ocorreu, segundo ele, principalmente fora da área de Exploração & Produção. A empresa também revisou para baixo a Carteira em Implantação, que caiu de US$ 98 bilhões para US$ 91 bilhões, refletindo uma gestão mais sensível ao ambiente desafiador, especialmente em um ano eleitoral.
Flexibilidade e capacidade de adaptação
O banco Safra avaliou o novo plano como um bom roteiro, elogiando a flexibilidade da Petrobras para lidar com preços de petróleo mais baixos. O foco contínuo em Exploração e Produção (E&P) e iniciativas de otimização de custos foram destacados como pontos positivos. A carteira de projetos em execução, avaliada em US$ 91 bilhões, confere à Petrobras uma maior capacidade de ajustar o ritmo conforme a evolução do fluxo de caixa e da estrutura de capital.
Perspectivas de investimento e produção
No plano apresentado, o capex previsto para 2026 é de US$ 19,4 bilhões, mantendo-se praticamente inalterado em relação ao plano anterior. Ao longo de cinco anos, o capex de implementação apresenta uma diminuição de US$ 98 bilhões para US$ 91 bilhões, com ajustes mais relevantes programados entre 2029 e 2030. Para os anos de 2026 a 2028, o plano mostra um aumento ligeiro, especialmente em 2027, com investimentos subindo para US$ 21 bilhões, mantendo a área de E&P como central na estratégia da empresa.
Revisão da curva de produção e metas futuras
A Petrobras também elevou suas projeções de produção, esperando alcançar 2,5 milhões de barris por dia em 2026, um aumento em relação à previsão anterior de 2,4 milhões. Para 2027, a expectativa é de um pico de 2,7 milhões de barris por dia, e 2,6 milhões em 2028. A empresa manteve a meta de entrega de 10 FPSOs até 2030, com um preço do Brent projetado em US$ 63 para 2026 e US$ 70 a longo prazo.
Conclusão
Com o novo plano estratégico, a Petrobras (PETR4) enfrenta um cenário desafiador, onde a combinação de altos investimentos de curto prazo e premissas macroeconômicas agressivas geram incertezas no mercado. A atuação da empresa e sua capacidade de adaptação às condições do mercado serão cruciais para a recuperação das ações e para a confiança dos investidores.
Fonte: www.moneytimes.com.br
Fonte: Agência