Desafios do mercado financeiro em dezembro com apostas nos juros

1 de dez. de 2025 07 29 28 Brazil Economy

Incertezas sobre cortes nos juros nos EUA e Selic pressionam mercados no início do último mês de 2025

Mercado financeiro começa dezembro pressionado por apostas nos juros nos EUA e no Brasil, diante de incertezas e discursos das autoridades monetárias.

Mercado financeiro inicia dezembro sob pressão das apostas nos juros nos Estados Unidos e no Brasil

O mercado financeiro inicia dezembro de 2025 sob intensa pressão decorrente das apostas nos juros nos Estados Unidos e no Brasil. Na manhã do primeiro dia do mês, o cenário é marcado por dúvidas quanto ao terceiro corte consecutivo nos juros americanos, apesar do impacto do shutdown nos dados econômicos. O presidente do Banco Central brasileiro, Gabriel Galípolo, reafirma a manutenção da taxa Selic em 15%, contrariando as expectativas de corte que animaram o mercado em novembro. Essa divergência entre as expectativas de investidores e as posições oficiais provoca um ambiente volátil e cauteloso.

Impacto das apostas nos juros sobre o rali do Ibovespa e o câmbio em novembro

Em novembro, as perspectivas de cortes nos juros impulsionaram um rali significativo no Ibovespa, que obteve a maior sequência de altas desde 1994, culminando em novas pontuações recordes. Esse movimento foi impulsionado pela esperança de redução da taxa Selic e dos juros americanos. Paralelamente, o dólar comercial encerrou o mês cotado a R$ 5,33, refletindo o otimismo momentâneo. Todavia, a pressão vendedora registrada nas bolsas internacionais neste início de dezembro sinaliza dificuldades para a manutenção do mesmo ritmo de valorização local, com investidores reavaliando suas apostas em função dos discursos e dados econômicos recentes.

Cenário internacional: discurso do Fed e volatilidade nas bolsas asiáticas e europeias

No exterior, os mercados abrem o mês em queda, especialmente nas bolsas de Nova York, impactadas pelas ações relacionadas ao setor de Inteligência Artificial e pelas incertezas quanto à trajetória dos juros nos EUA. A Ásia apresenta desempenho misto, com queda expressiva em Tóquio e altas moderadas em Hong Kong e Xangai, apesar do recuo na atividade industrial chinesa. Na Europa, as bolsas também registram perdas, refletindo o ambiente global de cautela. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tem discurso agendado para a noite do dia 1º, momento aguardado para obter sinais mais claros sobre a política monetária americana e a possível continuidade dos juros elevados.

Expectativa para indicadores econômicos brasileiros e internacionais no início de dezembro

A agenda econômica da semana inclui a divulgação de dados relevantes, como o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que ajudará a balizar as expectativas para a economia doméstica. Nos Estados Unidos, serão conhecidos indicadores de atividade industrial como o índice PMI/S&P e o índice ISM para novembro, além do índice PCE, preferido pelo Fed para aferir a inflação ao consumidor. Esses números terão papel decisivo para o posicionamento dos investidores e para as possíveis revisões nas apostas nos juros.

Perspectivas para o mercado no último mês do ano entre expectativas e realidades econômicas

Com as incertezas persistentes nas políticas monetárias e o embargo de dados causado pelo shutdown americano, os mercados entram em dezembro diante de um equilíbrio delicado entre esperança e realidade. O desafio será descobrir se haverá um rali de Natal que traga valorização e otimismo, ou um período de ajuste nos preços, refletindo um cenário mais realista e menos favorável. A atuação das autoridades monetárias, a interpretação dos dados econômicos e o comportamento dos investidores serão determinantes para o rumo do mercado nos próximos dias.

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