Movimento previsto para 4 de dezembro não tem caráter político e busca avanços na regulamentação do setor
Caminhoneiros articulam paralisação em vários estados para 4 de dezembro, reivindicando melhorias trabalhistas e melhores condições no transporte.
Caminhoneiros articulam paralisação de 4 de dezembro em vários estados do Brasil
A paralisação de caminhoneiros prevista para o dia 4 de dezembro de 2025 mobiliza categorias em diferentes estados do país. A pauta principal da movimentação, conforme relato de lideranças como Daniel Souza, influenciador digital e uma das figuras de destaque na greve de 2018, é a busca por melhorias trabalhistas e condições dignas de trabalho para os caminhoneiros. O movimento enfatiza que não se trata de uma ação política ou ligada a ideologias partidárias, mas sim da defesa dos direitos da categoria.
Reivindicações centrais incluem estabilidade contratual e reforma regulatória
Os caminhoneiros pleiteiam várias mudanças importantes, como a garantia da estabilidade contratual e o cumprimento rigoroso das leis que regem a atividade. Outro ponto destacado é a necessidade da reestruturação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas, buscando maior segurança jurídica e melhores condições para a classe. Além disso, a categoria reivindica a aposentadoria especial após 25 anos de trabalho comprovado, com recolhimento previdenciário ou documento fiscal emitido.
Divergências regionais sobre a paralisação evidenciam falta de consenso unificado
Apesar do apoio expressivo de líderes como Janderson Maçaneiro, presidente da Associação Catarinense dos Transportadores Rodoviários de Cargas (ACTRC), que acredita na força do movimento, nem todos os segmentos concordam com a paralisação. Caminhoneiros autônomos da região da Baixada Santista, por exemplo, argumentam contra a greve ao considerarem que há interesses políticos envolvidos. Marcelo Paz, presidente da Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos do Porto de Santos (CCAPS), ressaltou a ausência de assembleias ou votações que respaldem a decisão, ressaltando a importância do diálogo e da legitimidade das decisões coletivas.
Histórico da greve de 2018 serve de alerta para impactos da mobilização atual
Em 2018, os caminhoneiros promoveram uma greve de dez dias que teve forte repercussão nacional, motivada principalmente pelos aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis, sobretudo do óleo diesel. Essa paralisação provocou desabastecimento de combustíveis e alimentos em várias regiões, causando efeitos econômicos e sociais evidentes. O movimento foi encerrado após o então presidente Michel Temer aceitar negociar e atender a algumas demandas da categoria.
Sindicatos adotam postura de apoio condicionado e destacam autonomia dos caminhoneiros
Instituições como o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens (Sindicam) ficaram responsáveis por esclarecer que a decisão de paralisar é dos próprios caminhoneiros, e que a entidade apoia a decisão caso ela seja tomada pela categoria. Essa posição reafirma a autonomia dos trabalhadores na decisão sobre a participação no movimento, sem imposição ou comando direto dos sindicatos.
A paralisação de caminhoneiros em 4 de dezembro de 2025 evidencia uma mobilização focada em reivindicações trabalhistas e melhorias estruturais do setor de transporte rodoviário de cargas. Apesar dos desentendimentos e dúvidas regionais, a pauta principal segue centrada nas condições da categoria, sem relação direta com campanhas ou temáticas políticas.